Rapper Oruam desafia polícia após ação em sua casa no Rio

Durante abordagem policial no Joá, cantor afirmou ser filho de Marcinho VP e fugiu para o Complexo da Penha

Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) realizaram, na noite de segunda-feira (21), uma operação na casa do rapper Oruam, no bairro do Joá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O alvo era um adolescente de 17 anos suspeito de atuar como segurança de um traficante do Comando Vermelho, identificado como “Doca”.

De acordo com a Polícia Civil, o menor foi abordado na porta da residência, onde teve um celular e um cordão apreendidos. Ao tentar sair do local com o adolescente, os agentes foram surpreendidos por cerca de oito pessoas que estavam dentro da casa, incluindo o rapper. Segundo o boletim de ocorrência, os ocupantes lançaram pedras e proferiram ofensas contra os policiais. Um agente ficou ferido durante a ação.

Fuga e desafio no Complexo da Penha

Oruam conseguiu fugir do local. Em seguida, publicou vídeos dentro de um carro, afirmando estar a caminho do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Nas imagens, ele desafia as autoridades: “Vem me pegar aqui no Complexo, porque aqui vocês peidam”, declarou.

A Polícia Civil confirmou que o artista será indiciado por associação ao tráfico de drogas, resistência qualificada, desacato e dano ao patrimônio público. O secretário da corporação, delegado Felipe Curi, afirmou que o caso está sendo investigado como obstrução de uma ação legal contra o crime organizado.

Histórico e ligações familiares

Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, nasceu em 2000 e é filho de Marcinho VP, um dos principais líderes do Comando Vermelho. O rapper ganhou projeção nacional com músicas de trap e funk, assinou com a gravadora Mainstreet e se apresentou no Lollapalooza em 2024.

Desde o início do ano, Oruam se envolveu em diversas ocorrências policiais. Em fevereiro de 2025, foi detido por direção perigosa após fazer manobras irregulares com o carro durante uma blitz. Dias depois, foi autuado por abrigar um foragido da Justiça em sua residência. Em ambos os casos, foi liberado após prestar esclarecimentos.

Operação monitorava ligações com facção

Segundo a Polícia Civil, a residência do cantor já havia sido citada em investigações anteriores. Essa foi a segunda operação envolvendo pessoas ligadas a facções criminosas no mesmo endereço em menos de seis meses. A ação de segunda-feira tinha como objetivo desarticular o apoio logístico de criminosos em áreas nobres da cidade.