Base aliada pretende influenciar composição e relatoria da comissão que investigará fraudes em aposentadorias

Reprodução/Agência Senado
Diante da iminente instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes em descontos de aposentadorias do INSS, o governo federal alterou sua estratégia. Em vez de tentar barrar a criação da comissão, a base aliada agora busca influenciar a escolha dos membros e garantir o controle da presidência e relatoria do colegiado.
Parlamentares governistas argumentam que a definição dos cargos deve obedecer à proporcionalidade das bancadas no Congresso. O objetivo é assegurar que a comissão tenha uma composição equilibrada, evitando que se torne um instrumento de desgaste político para o Palácio do Planalto.
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, afirmou que o partido apoiará a CPMI desde que a investigação abranja também o período do governo anterior, de Jair Bolsonaro. Ele destacou que não há temor em relação à apuração, mas que é necessário evitar que a comissão seja utilizada como palanque político.
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, manifestou apoio à criação da CPMI, mas expressou preocupação de que a comissão possa atrasar o ressarcimento dos aposentados e pensionistas prejudicados pelas fraudes. Ele ressaltou que o governo atual foi responsável por expor o esquema e que as irregularidades começaram em gestões anteriores.
O pedido de instalação da CPMI já conta com as assinaturas necessárias e aguarda leitura pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A expectativa é de que a comissão seja instalada nas próximas semanas.