Presidente dos Correios reajusta próprio salário em meio a prejuízo bilionário da estatal

Fabiano Silva dos Santos recebeu dois aumentos desde 2023 e atualmente ganha mais de R$ 53 mil mensais, enquanto empresa acumula déficit histórico

Reprodução/Flickr ministeriodaculturaoficial

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, autorizou dois reajustes em sua própria remuneração desde que assumiu o cargo em 2023. Atualmente, ele recebe R$ 53.300 por mês, valor que inclui benefícios como auxílio-moradia e ajuda de custo. O primeiro aumento ocorreu em abril de 2023, elevando o salário de R$ 46.727,77 para R$ 50.933,27. Em abril de 2024, houve novo reajuste, levando a remuneração ao patamar atual.

Esses aumentos ocorreram em um contexto de grave crise financeira na estatal. Em 2024, os Correios registraram um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, mais de quatro vezes o déficit de R$ 634 milhões registrado em 2023. A empresa atribui o resultado negativo à queda na receita, aumento das despesas e à operação deficitária de 85% de suas agências.

Além do presidente, os demais diretores da estatal também receberam reajustes salariais. Os salários desses executivos passaram de R$ 40,6 mil para R$ 46,3 mil mensais, além de benefícios adicionais.

A direção dos Correios justificou os reajustes como reposições inflacionárias, aplicando o índice IPCA de 4,62% referente a 2023. No entanto, os aumentos superaram esse percentual. A empresa também argumentou que parte do aumento nas despesas com dirigentes se deve a pagamentos de remunerações compensatórias a ex-dirigentes e ao custo de apólices de seguro de responsabilidade civil.

Em resposta ao prejuízo bilionário, os Correios anunciaram medidas para conter gastos, incluindo a redução de jornada e salários na mesma proporção.

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