Após sete meses foragido, agressor foi localizado em bairro residencial de Curitiba; vítima sobreviveu após ser baleada na cabeça, tórax e mão dentro de sua papelaria em Peruíbe.
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O homem que atirou na ex-esposa dentro da papelaria dela, em Peruíbe, no litoral de São Paulo, foi preso em Curitiba (PR), após sete meses foragido. Nillo Walter Torres Versilio, de 46 anos, foi localizado pela Polícia Civil do Paraná na manhã da última segunda-feira (28), na Rua Rômulo Cezar Alves, no bairro Santa Felicidade. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva por tentativa de feminicídio.
O crime aconteceu em setembro de 2023, no bairro Jardim Peruíbe. Na ocasião, Nillo invadiu o comércio da ex-companheira, Fernanda Marcelino, hoje com 43 anos, e atirou contra a vítima, atingindo-a na cabeça, no tórax e na mão. Mesmo baleada, Fernanda sobreviveu após ser internada em um hospital da região e, depois, receber alta.
À época, Fernanda relatou que Nillo debochou da medida protetiva que o impedia de se aproximar dela. “Disse que estava ali para provar que a medida não funcionava e que ninguém impediria o que ele veio fazer”, contou a vítima, em entrevista anterior. A polícia confirmou que ele desrespeitou a ordem judicial ao se aproximar da ex-mulher.
Segundo Fernanda, o ataque foi premeditado. Ela contou que foi surpreendida por Nillo no local de trabalho. Durante a breve conversa antes dos disparos, o agressor a acusou de tê-lo humilhado por seguir com a vida e denunciá-lo às autoridades. “Inventou coisas da cabeça dele sobre eu estar ‘vivendo uma vida muito feliz’. Disse que eu o estava humilhando por pedir medida protetiva”, relatou.
A prisão só foi possível após investigação conjunta entre as polícias civis de São Paulo e do Paraná. Apesar da gravidade do crime e do tempo em que esteve foragido, Nillo foi localizado em um bairro residencial da capital paranaense, onde vivia discretamente.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná não informou para qual unidade prisional o agressor será levado. Ele deve responder por tentativa de feminicídio, agravada pelo descumprimento de medida protetiva e premeditação.
Procurada pela reportagem, Fernanda preferiu não se manifestar sobre a prisão. Ela já havia declarado anteriormente que temia pela própria vida e que o agressor nunca aceitou o fim do relacionamento.
O caso reforça a sensação de impunidade que ainda ronda crimes de violência doméstica, mesmo com decisões judiciais em vigor. A demora na prisão do agressor, mesmo após tentativa de feminicídio, revela falhas no sistema de proteção às vítimas.
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