Presidente do BC reforça compromisso com a meta e minimiza críticas sobre níveis de juros mais altos no país

Reprodução/Flickr ministeriodaeconomia
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (29) que a instituição não vê nenhum desconforto com a atual meta de inflação de 3%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo ele, o BC segue atuando para cumpri-la e não considera o Brasil um “outlier” em relação às metas adotadas por outros países.
“A gente não tem nenhum tipo de desconforto com a meta de 3%. O Banco Central está fazendo seu caminho para perseguir essa meta”, declarou durante entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024.
A meta de inflação para 2025 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — ou seja, entre 1,5% e 4,5%. No novo regime contínuo de apuração, a meta é considerada descumprida se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos.
Atualmente, o IPCA acumula alta de 5,48% nos últimos 12 meses até março, ultrapassando o teto da meta. O próprio BC já sinalizou a possibilidade de novo descumprimento, conforme apontado na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
Galípolo minimizou críticas ao regime atual e comparações internacionais, reforçando que o Brasil não é exceção no cenário global. Segundo ele, o único ponto de destaque seria o fato de o país manter atividade econômica resiliente mesmo com juros mais elevados. “Para outras economias, nossos níveis de juros seriam bastante restritivos, mas seguimos com dinamismo”, afirmou.