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A tese de “surto” apresentada pela defesa de Jair Bolsonaro ganhou destaque após a divulgação de um boletim médico que aponta um possível quadro de confusão mental e alucinações, associado ao uso de pregabalina combinada com outros medicamentos já prescritos ao ex-presidente.
Na audiência de custódia, Bolsonaro afirmou que mexeu na tornozeleira eletrônica por acreditar que havia uma escuta dentro do aparelho. Ele disse ter agido durante um momento de “paranoia” e “alucinação”, o que a defesa agora usa para afastar qualquer suspeita de violação intencional da medida judicial.
Distorção da realidade
A pregabalina é indicada para ansiedade, dor neuropática e distúrbios do sono. Em alguns pacientes, ela pode alterar a percepção da realidade — especialmente quando combinada com outros medicamentos que atuam no sistema nervoso, como antidepressivos, ansiolíticos ou analgésicos fortes.
Essa combinação pode provocar:
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sensação de perseguição;
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pensamentos desconexos ou fora da realidade;
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impulsos repentinos;
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dificuldade de raciocínio claro;
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medo sem motivo concreto.
Em linguagem simples: o corpo reage normalmente, mas a mente pode interpretar o ambiente de forma distorcida. É justamente nesse ponto que a defesa tenta encaixar o comportamento de Bolsonaro com a tornozeleira.
O que alega a defesa
A defesa sustenta que Bolsonaro não tentou violar a tornozeleira, mas reagiu por medo, em meio a um episódio de confusão mental. Com base no boletim médico, tenta afastar a ideia de descumprimento da ordem judicial e já trabalha para pedir prisão domiciliar de caráter humanitário.POSIÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL
A PF, por outro lado, não adota a narrativa de “surto”. Até agora, o caso é tratado como possível violação da tornozeleira eletrônica, uma vez que Bolsonaro teria usado um ferro de solda para mexer no equipamento. Uma perícia técnica está em andamento para avaliar se houve dano proposital ou risco de fuga.
Enquanto a defesa apresenta uma justificativa médica, a Polícia Federal baseia sua atuação em provas materiais e no descumprimento de uma medida judicial definida pelo STF.
Visão da Polícia Federal
A PF, por outro lado, não adota a narrativa de “surto”. Até agora, o caso é tratado como possível violação da tornozeleira eletrônica, uma vez que Bolsonaro teria usado um ferro de solda para mexer no equipamento. Uma perícia técnica está em andamento para avaliar se houve dano proposital ou risco de fuga.
Decisão do STF
A decisão sobre a continuidade da prisão preventiva de Bolsonaro começou a ser avaliada nesta segunda (24). O julgamento está em andamento, e caberá ao STF definir se a tese de confusão mental sustentada pela defesa será aceita — ou se prevalecerá a interpretação da Polícia Federal de que houve violação da tornozeleira eletrônica. O resultado pode sair ainda nesta segunda, e deve definir os próximos passos jurídicos do caso.
