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A balneabilidade no litoral de São Paulo voltou ao centro do debate após todas as praias de Praia Grande e Mongaguá serem classificadas como impróprias para banho em relatórios recentes divulgados pela CETESB, órgão responsável pelo monitoramento da qualidade da água no Estado. O cenário preocupa moradores e turistas, especialmente em duas cidades que dependem fortemente do turismo de verão e da ocupação intensa das praias ao longo do ano.
Para a CETESB, uma praia recebe o selo de “imprópria” quando as amostras ultrapassam 100 colônias de bactérias por 100 mililitros, índice que representa risco à saúde e contraindica o banho.
Segundo a Prefeitura de Praia Grande e órgãos ambientais, os principais fatores são:
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Ligações clandestinas de esgoto: despejo irregular de resíduos na rede pluvial.
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Chuvas acima da média: arrastam contaminantes para o mar.
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Pressão do turismo de temporada: sobrecarrega o sistema de saneamento.
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Infraestrutura antiga: dificulta o escoamento adequado de resíduos.
Esses fatores criam um ambiente ideal para contaminação microbiológica, afetando diretamente a balneabilidade.
O boletim da CETESB revela que o problema não está restrito apenas a Praia Grande e Mongaguá. No total, 43 praias do Estado foram consideradas impróprias no relatório mais recente. No entanto, Praia Grande e Mongaguá se destacam como os pontos mais críticos.
Em Praia Grande, algumas praias ficaram impróprias em 47 das 52 semanas do ano, indicando um problema estrutural contínuo. Em Mongaguá, praticamente todas as praias monitoradas foram classificadas como impróprias ao longo do período, colocando as duas cidades entre os municípios com os piores índices de balneabilidade no litoral paulista.
A recomendação é clara: quando a classificação é “imprópria”, o banho de mar não deve ser realizado. Os riscos incluem infecções intestinais, irritações na pele, alergias e doenças de origem bacteriana. Além disso, a queda na qualidade da água impacta diretamente a economia local, afetando o setor hoteleiro, restaurantes, ambulantes e a imagem turística das cidades. A confiança do visitante diminui, e a região sofre reflexos econômicos em períodos que, normalmente, seriam de alta movimentação.
Praia Grande afirma que intensificou ações como a Operação Caça-Esgotos, que visa identificar e autuar imóveis com descarte irregular de resíduos. Contudo, o município enfrenta obstáculos como alta densidade populacional, construções antigas sem adequação, ligações clandestinas recorrentes e expansão urbana acelerada. Mongaguá também depende de melhorias estruturais e fiscalização reforçada para reverter o cenário.
