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O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na quarta-feira (5/11) que a Rússia poderá retomar testes nucleares caso os Estados Unidos efetuem ensaios anunciados por Donald Trump. A reação ocorreu após declaração do líder americano, feita na quinta-feira (30/10), em que pediu ao Pentágono que “começasse a testar” armas nucleares.
Durante reunião do Conselho de Segurança, Putin afirmou que, se os Estados Unidos seguirem adiante, “vamos fazer alguns testes, sim, e outros países também fazem. Se eles vão fazer, nós também faremos”, em referência também à China. O presidente russo, entretanto, ressaltou que “a Rússia sempre respeitou escrupulosamente suas obrigações no âmbito do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares” e que “não tem nenhuma intenção de se desviar dessas obrigações”.
Putin lembrou ainda declaração anterior de 2023, na qual havia advertido que se signatários do tratado — entre eles os EUA — realizassem testes, “a Rússia também seria obrigada a tomar medidas de retaliação apropriadas”.
O presidente pediu ao Ministério das Relações Exteriores, ao Ministério da Defesa, aos serviços de inteligência e às agências civis competentes que “façam o possível para coletar informações adicionais, as analisem e apresentem propostas” com o objetivo de “preparar” eventuais testes nucleares, segundo relatos oficiais.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, procurou amenizar o tom ao esclarecer que o pedido de Putin tratou-se de “um estudo sobre a viabilidade dos testes nucleares, e não o início dos preparativos para eles”. Peskov afirmou ainda que espera que as declarações não afetem as já tumultuadas relações entre Rússia e Estados Unidos.
O texto recorda que Washington assinou, em 1996, o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares, que proíbe testes com fins militares e civis. Autoridades americanas, segundo o comunicado citado, afirmaram não entender claramente o que o presidente Trump quis dizer e dizem ter dúvidas sobre quais ações concretas serão tomadas pelo governo dos EUA.
Apesar das declarações beligerantes, o Kremlin assegurou que a Rússia pretende evitar uma nova corrida armamentista nuclear, ao mesmo tempo em que prepara estudos e análises sobre possíveis respostas caso testes sejam realmente conduzidos por outros signatários do tratado.
