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Durante décadas, quem chegava a Cubatão se deparava com um cenário que simbolizava o Brasil que crescia: chaminés altas, linhas férreas, caminhões entrando e saindo sem parar. Era a Cosipa — nome que se misturou com a história da cidade e com a industrialização nacional.
Criada em 1953, a companhia nasceu como projeto de Estado. A ideia era clara: fortalecer a infraestrutura brasileira e impulsionar o desenvolvimento industrial. Com apoio técnico de empresas alemãs e japonesas, a construção começou em 1955 e, em 1963, o então presidente João Goulart inaugurava oficialmente a usina. A proximidade com o Porto de Santos ajudava o aço produzido ali a ganhar o mundo.
Nos anos 1970 e 1980, a Cosipa se modernizou e expandiu. Cubatão fervia em plena atividade industrial — e também enfrentava um dos períodos mais críticos de sua história ambiental. O município passou a ser símbolo de poluição, e depois, de recuperação, quando políticas de controle começaram a ser implantadas.
A partir dos anos 1990, veio a virada. Dificuldades financeiras, mudanças no mercado e reestruturações levaram à privatização, em 1993. A usina passou para a Usiminas, mais tarde integrada à ArcelorMittal. O nome Cosipa se perdeu nos documentos, mas permaneceu na memória de quem viveu a época.
Hoje, parte daquele gigante repousa em silêncio. Galpões fechados, estruturas sem uso, corredores onde antes ecoava o ritmo constante das máquinas. Há discussões sobre reaproveitamento e novas vocações para a área — a Prefeitura afirma estar aberta a projetos. Mas, por enquanto, nada definido.
A história da antiga Cosipa é também a história de Cubatão e de um Brasil que apostou na indústria como motor de futuro. Agora, o desafio é outro: imaginar o que pode nascer onde antes só se pensava em aço.
