Moradores denunciam insegurança, acúmulo de lixo e cobram solução para obra parada desde 2019; UFJF e Prefeitura não chegam a acordo sobre o destino do espaço.

A antiga estação do teleférico do Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), localizada no bairro Alto Eldorado, está completamente abandonada desde o início do ano, após o fim do prazo contratual de construção. O local, que deveria ter sido devolvido à Prefeitura, tornou-se ponto de insegurança, acúmulo de lixo e proliferação de mosquitos, segundo moradores da região.

A obra, iniciada em 2015 durante a gestão do então prefeito Bruno Siqueira (PMDB), integrava o projeto do Jardim Botânico e deveria ter sido entregue no mesmo período. No entanto, desde 2019 o espaço está parado, com a estrutura receptora praticamente concluída, restando apenas o acabamento e a instalação de para-peitos de segurança.

Moradores afirmam que o abandono do projeto é um “deboche” e que a área, que seria voltada para lazer e turismo, acabou se transformando em um ambiente de consumo de drogas, sexo e riscos à saúde pública. “Além de ser a única área de lazer do bairro, hoje está tomada por lixo e mato. É um descaso total”, lamenta um morador.

Há também denúncias não oficiais de que recursos teriam sido desviados durante a execução da obra, o que teria inviabilizado sua conclusão. A situação se agravou com o impasse jurídico entre a UFJF e a Prefeitura de Juiz de Fora: a universidade tenta devolver o espaço, mas o Município não aceita a transferência sem uma definição sobre a responsabilidade legal e estrutural do imóvel.

Enquanto o impasse se arrasta, a comunidade busca alternativas. Com apoio de arquitetos locais, moradores elaboraram um projeto para transformar a antiga estação em um centro comunitário com áreas de lazer, educação e cultura, aproveitando a estrutura existente. O grupo também defende o distrato formal entre a UFJF e a Prefeitura, para que o terreno possa, enfim, ser reaproveitado.

A população cobra uma solução urgente para evitar o avanço da degradação e garantir o uso social do espaço.