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Moradores do Jardim Paulista, em Bertioga, foram surpreendidos por uma operação de reintegração de posse que resultou na remoção de oito famílias da área. A ação, realizada na manhã de segunda-feira (20), envolveu presença policial e gerou tensão no bairro.
A reintegração teve início por volta das 8h, com a chegada de viaturas da Polícia Militar, oficiais de Justiça e assistentes sociais. Moradores alegam que, embora tivessem ciência da ordem de despejo emitida 30 dias antes, não foram informados da data da operação. O advogado da família que reivindica a propriedade do terreno acompanhou a ação, mas, segundo os moradores, os representantes legais das famílias não foram notificados.
Durante a desocupação, houve confrontos físicos e verbais e relatos de que os imóveis foram invadidos sem prévio aviso. A presidente da Associação dos Moradores do Jardim Paulista afirmou que a decisão foi tomada e executada sem que os advogados tivessem a chance de apresentar defesa, devido a falhas no sistema do fórum e à falta de comunicação por parte da magistrada responsável.
A disputa judicial sobre a área tem origem antiga, remontando à década de 1960, quando os primeiros moradores começaram a ocupar o local. Com o tempo, a comunidade viabilizou infraestrutura e serviços públicos. Décadas depois, herdeiros de um suposto proprietário passaram a reivindicar a posse, dando início a uma longa batalha judicial, que envolve registros conflitantes em cartório.
A Prefeitura de Bertioga informou que não é parte no processo, mas acompanha a situação e presta apoio social às famílias afetadas. O prefeito Marcelo Vilares afirmou ter tentado intermediar um acordo e protocolado uma proposta na Justiça. No entanto, foi informado de que a reintegração seria mantida. Segundo ele, reuniões com representantes da área e do Governo do Estado vêm sendo realizadas desde o início de sua gestão.
Apesar das tentativas de mediação e dos documentos protocolados, a operação prosseguiu, resultando na remoção de diversas famílias. A presidente da associação criticou a conduta da juíza, apontando que nem os advogados da Prefeitura foram recebidos durante a manhã da ação. Até o momento, o Judiciário e os representantes legais dos herdeiros não se pronunciaram oficialmente.