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Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), foi eleito presidente da Bolívia neste domingo (19) ao vencer o segundo turno com...
Créditos: Reuters/Claudia Morales
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Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), foi eleito presidente da Bolívia neste domingo (19) ao vencer o segundo turno com 54,5% dos votos, com 91,2% das urnas apuradas. Esta foi a primeira vez que o país realizou uma eleição presidencial em dois turnos. A vitória de Paz marca uma guinada à direita após duas décadas de hegemonia do Movimento ao Socialismo (MAS), liderado por Evo Morales, que sequer avançou para o segundo turno.

Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, o senador de 58 anos nasceu no exílio durante a ditadura militar e foi educado nos Estados Unidos. Em seu discurso da vitória, afirmou que a Bolívia respira “ventos de mudança” e agradeceu o reconhecimento do rival Jorge “Tuto” Quiroga, também de direita.

Durante a campanha, Paz adotou um discurso conciliador, buscando o apoio de eleitores frustrados com a esquerda. Ele afirmou que governará com todos os que “amam o país” e se comprometeu com reformas que combinem crescimento econômico com manutenção de programas sociais.

A plataforma econômica do novo presidente, apelidada de “capitalismo para todos”, prevê incentivos ao setor privado, descentralização do Estado, modernização das Forças Armadas e digitalização de serviços públicos. Paz prometeu ainda fortalecer o sistema judicial para combater o crime organizado e a corrupção, com foco na independência institucional.

A eleição ocorre em meio a uma grave crise econômica na Bolívia, marcada pela alta inflação, falta de combustíveis e escassez de dólares. O MAS sofreu um duro revés, obtendo apenas 3% dos votos no primeiro turno, reflexo de uma ruptura interna entre Evo Morales e o atual presidente, Luis Arce.

Paz também destacou o reposicionamento da Bolívia no cenário internacional e mencionou ter conversado com o governo dos Estados Unidos, manifestando interesse em estreitar laços e garantir apoio em áreas estratégicas como energia e comércio. O novo presidente assume oficialmente em novembro.

Com sua eleição, a direita passa a governar cinco dos doze países da América do Sul, mantendo o equilíbrio ideológico no continente após a recente vitória da esquerda no Uruguai, com Yamandú Orsi.

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