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O governo interino do Peru anunciou que vai impor estado de emergência em Lima e na vizinha Callao após os protestos violentos...
Créditos: Connie France/AFP
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O governo interino do Peru anunciou que vai impor estado de emergência em Lima e na vizinha Callao após os protestos violentos que tomaram conta da capital na quarta-feira (15). A decisão foi motivada pela morte do rapper Eduardo Ruiz Sáenz, de 32 anos, conhecido como “Trvko”, e pelo alto número de feridos — ao menos 113 pessoas, entre civis e policiais.

O estado de emergência permitirá o uso das Forças Armadas nas ruas e a suspensão de direitos civis como a liberdade de reunião, afetando mais de 10 milhões de pessoas na região metropolitana da capital. Segundo o chefe do gabinete, Ernesto Álvarez, a possibilidade de toque de recolher também está sendo considerada.

Os protestos, impulsionados por jovens da geração Z, têm como alvo o Congresso e o recém-empossado presidente interino José Jerí, que assumiu o cargo após o impeachment relâmpago de Dina Boluarte no dia 10 de outubro. Jerí afirmou que não pretende renunciar e prometeu medidas urgentes para conter a violência, inclusive pedindo ao Congresso “faculdades legislativas” para governar sem passar pela aprovação parlamentar.

A morte de Ruiz causou forte comoção e revolta. Ele foi baleado por um policial que, segundo o comando da corporação, agiu por conta própria e será afastado. O agente e um colega foram detidos após serem identificados por imagens de câmeras de segurança e agredidos por manifestantes.

Durante a homenagem ao rapper, realizada na noite de quinta-feira (16), dezenas de jovens levaram flores e cartazes exigindo justiça e criticando o governo Jerí. O movimento tem adotado como símbolo a bandeira da série japonesa “One Piece”, popular entre a geração Z e usada como ícone global de resistência contra governos considerados autoritários.

Com sete presidentes em apenas dez anos, o Peru segue mergulhado em uma crise política crônica. Somente no último mês, os protestos deixaram quase 200 feridos entre civis, policiais e jornalistas. A população segue cobrando mudanças profundas e estabilidade institucional.

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