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Motorista de ônibus interestadual, de 51 anos, teria dormido ao volante e causado colisão na BR-040.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta quinta-feira (16/10), o inquérito sobre o grave acidente ocorrido em 5 de setembro, na BR-040, saída norte de Juiz de Fora, próximo ao Distrito Industrial. O motorista de um ônibus interestadual, de 51 anos, foi indiciado por quatro homicídios culposos e por lesões corporais culposas. A colisão entre o veículo conduzido por ele e um ônibus do transporte municipal deixou quatro mortos e dezenas de feridos.
De acordo com o delegado Daniel Buchmuller, responsável pelas investigações, as imagens das câmeras internas e externas do ônibus mostram o motorista sonolento durante boa parte do trajeto, bocejando e cerrando os olhos repetidamente. “É nítido que ele luta contra o sono, e que o acidente ocorreu em um lapso em que o investigado dorme ao volante”, afirmou.
As análises apontaram que o ônibus se deslocou para a direita, em velocidade compatível com a via, até atingir o coletivo urbano que estava corretamente parado em um ponto de embarque e desembarque, conforme laudo da concessionária que administra a rodovia. Testemunhas confirmaram que o veículo desviou repentinamente para a lateral da pista antes do impacto.
O inquérito também concluiu que não há indícios de responsabilidade da empresa de transporte interestadual. O motorista havia retornado de férias e fazia sua primeira viagem após o período de descanso, não havendo sinais de sobrecarga de trabalho.
Com histórico de infrações de trânsito, o motorista já se envolveu em sete ocorrências anteriores, incluindo duas com resultado morte — uma em 2010 e outra em 2021, quando teria colidido com uma motocicleta ao invadir a contramão. Por conta disso, o delegado representou pela suspensão cautelar da CNH do investigado.
Buchmuller ressaltou que a reincidência em condutas imprudentes reforça a necessidade de impedir o motorista de dirigir enquanto responde judicialmente. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para as providências cabíveis.