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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à ascensão da extrema direita no cenário político global durante discurso no 16º Congresso do PCdoB, realizado na noite desta quinta-feira (16). O chefe do Executivo defendeu uma autocrítica por parte dos movimentos progressistas e citou a perda de espaço da esquerda como um alerta.
“Se a gente não discutir isso, a gente não descobre porque a extrema direita cresceu tanto no mundo e os setores progressistas diminuíram tanto”, disse Lula. Ele ainda completou: “Muitas vezes, a gente joga a culpa nos outros e não pensa se errou, o que deixou ou não de fazer”.
Durante a fala, o presidente se referiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma “figura politicamente grotesca” e questionou como ele conseguiu chegar à Presidência. Também citou casos semelhantes em outros países da América do Sul e da Europa.
Em tom nostálgico, Lula relembrou sua convivência com antigos líderes da esquerda sul-americana, como Evo Morales (Bolívia), Hugo Chávez (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina), Tabaré Vázquez e José Mujica (Uruguai), Fernando Lugo (Paraguai), Michelle Bachelet e Ricardo Lagos (Chile). Para o petista, esse período marcou o auge da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), iniciativa que ele considera o “melhor momento político da América do Sul em 500 anos”.
Lula destacou que reconstruir esse cenário será difícil, dado o novo avanço da extrema direita em eleições recentes. O Brasil havia deixado a Unasul em 2019, durante o governo Bolsonaro, mas retornou à união em 2023.
No plano interno, Lula voltou a comentar sobre a possibilidade de disputar a reeleição em 2026, condicionando a decisão à sua saúde. “Possivelmente, serei candidato a presidente outra vez, se eu estiver com saúde. Mas vou ser candidato para o quê? Para continuar falando de Bolsa Família? […] Tem que ser um país em que as pessoas acreditem que possa ser construído”, afirmou, prevendo um novo embate entre esquerda e extrema direita nas próximas eleições.