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A construção do Túnel Imerso Santos–Guarujá, um dos projetos de infraestrutura mais aguardados do país, deu mais um passo decisivo. A empresa portuguesa Mota-Engil foi oficialmente confirmada como responsável pela obra após o encerramento do prazo de recursos do leilão, conforme publicado no Diário Oficial do Estado na última quinta-feira (16).
Com a consolidação da Mota-Engil como vencedora da licitação, a expectativa agora se volta para a assinatura do contrato, prevista para a segunda quinzena de dezembro. A partir disso, as obras do túnel submerso poderão ser iniciadas.
O projeto prevê a construção, operação e manutenção do túnel por um período de 30 anos, em um modelo de parceria público-privada (PPP), com investimento total estimado em R$ 6,8 bilhões. A obra é coordenada pelo governo federal, com apoio do governo de São Paulo e da Autoridade Portuária de Santos (APS), que ofereceu inclusive uma sala em sua sede para facilitar a atuação da empresa portuguesa no local.
Durante reunião realizada no dia 9 de outubro, na sede da APS, representantes das prefeituras de Santos e Guarujá, além da Mota-Engil, discutiram diretrizes técnicas para a execução do projeto. Ficou definido que, após a assinatura do contrato, serão promovidas reuniões específicas sobre aspectos técnicos, ambientais e operacionais, com foco na integração entre a obra e o funcionamento do Porto de Santos.
A APS também informou que um estudo será realizado para avaliar os impactos da construção nas operações portuárias. A ideia é evitar prejuízos e organizar eventuais interrupções no canal, em acordo com as operadoras do porto.
Túnel submerso será marco na mobilidade regional
Com 1,5 km de extensão, sendo 870 metros sob o leito do canal do Porto de Santos, o túnel será a primeira travessia submersa do Brasil. Ele ligará as cidades de Santos e Guarujá por uma via seca que permitirá o tráfego de veículos, pedestres e até do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
A nova ligação promete transformar a mobilidade regional ao reduzir o tempo de travessia de cerca de uma hora — atualmente feita por balsas ou por um trajeto rodoviário mais longo — para apenas cinco minutos. A estimativa é que o projeto fique pronto até 2030.
Além de encurtar distâncias e facilitar o deslocamento diário entre as duas cidades, a obra deve impulsionar a economia local e otimizar a logística do Porto de Santos, contribuindo com o desenvolvimento da Baixada Santista.