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O governo brasileiro avaliou como positiva e produtiva a reunião realizada nesta quinta-feira (16) entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington. Para o Palácio do Planalto, o encontro sinaliza uma separação clara entre as agendas política e econômica, com foco exclusivo nas negociações comerciais entre os dois países.
Segundo relatos obtidos por autoridades em Brasília, o principal indicativo desse novo rumo foi a ausência de qualquer discussão sobre temas sensíveis, como a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro ou as sanções impostas pela Casa Branca a autoridades brasileiras, como o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A reunião durou cerca de 1h15 e incluiu momentos a sós entre Vieira e Rubio, além da participação de assessores e do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, que comanda o USTR (United States Trade Representative). A presença de Greer reforçou a expectativa de avanço nas tratativas para revisão do tarifaço de 50% imposto por Washington a produtos brasileiros desde julho.
Segundo Vieira, o encontro teve um tom construtivo, cooperativo e alinhado ao recente telefonema entre os presidentes Lula e Donald Trump. “Foi um princípio auspicioso de um processo negociador no qual trabalharemos para normalizar e abrir novos caminhos para as relações bilaterais”, afirmou o chanceler.
O ministro destacou ainda que reiterou a posição brasileira sobre a necessidade de reversão das tarifas e que a reunião marca o início de uma nova fase nas tratativas entre os dois países.
Em declaração conjunta divulgada após o encontro, Brasil e Estados Unidos afirmaram que “concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato”, além de trabalharem para viabilizar um encontro entre Lula e Trump na “primeira oportunidade possível”. A diplomacia brasileira projeta o dia 26 de outubro como possível data, durante a Cúpula da ASEAN na Malásia — embora a presença de Trump ainda não esteja confirmada.