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Todos os 20 reféns israelenses que ainda estavam vivos em Gaza foram libertados nesta segunda-feira como parte do acordo de cessar-fogo que encerra dois anos de guerra. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha conduziu as transferências, e as primeiras famílias já se reuniram com os libertados em Israel. Paralelamente, o governo israelense começou a soltar mais de 1,9 mil palestinos detidos durante o conflito, além de prisioneiros que cumpriam longas penas.
Segundo autoridades israelenses e mediadores regionais, a libertação de hoje conclui a entrega de todos os reféns que permaneciam vivos desde os sequestros de 7 de outubro de 2023. O acordo prevê ainda a localização e a repatriação de restos mortais de reféns falecidos.
A troca ocorre sob um cessar-fogo amplo, mediado com apoio internacional, que inclui a ampliação do acesso humanitário e um esboço de arranjo de governança para Gaza em fase de negociação. O cronograma aprovado por Israel estabeleceu a retirada militar de áreas-chave, seguida da liberação escalonada dos reféns e da soltura de cerca de 2 mil palestinos — com ênfase em mulheres, menores e detidos sem condenação.
Pela manhã (horário local), os primeiros sete libertados foram recebidos pela Cruz Vermelha e entregues a Israel; as liberações seguintes completaram o grupo de 20. Imagens mostraram combatentes do Hamas acompanhando parte do procedimento em um hospital no sul de Gaza, em gesto descrito como demonstração de força no dia da troca.
A operação desta segunda-feira também coincidiu com a visita do presidente dos Estados Unidos à região. Em pronunciamentos no domingo e hoje, ele declarou que “a guerra acabou” e apoiou um roteiro político que envolve reformas na Autoridade Palestina, força de segurança com liderança árabe e negociações sobre o status final — pontos que ainda dependem de entendimento sobre desarmamento do Hamas e retirada completa de forças israelenses.
O que está no acordo
- Reféns: entrega dos 20 sobreviventes sequestrados em 7/10/2023 e compromisso de buscar e devolver restos mortais dos demais.
- Prisioneiros/detenções: liberação de mais de 1.900 palestinos, incluindo parte de condenados a longas penas e a maioria dos detidos administrativos durante a guerra.
- Humanitário: entrada maciça de caminhões com comida, água e suprimentos médicos por Rafah, com aumento diário sob monitoramento internacional.
- Próximas etapas: negociações sobre segurança, governança e reconstrução de Gaza; debate sobre desarmamento do Hamas e retirada total de tropas israelenses.
Clima nas ruas
Em Tel Aviv, centenas se reuniram na chamada “Praça dos Reféns” para acompanhar transmissões ao vivo das chegadas. Em cidades palestinas, famílias aguardaram a liberação de ônibus vindos de prisões israelenses.
Contexto
O acordo desta semana foi ratificado por Israel na sexta-feira (10.out.) com prazo de 72 horas para a entrega dos reféns após recuos militares. Ele sucede tentativas anteriores fracassadas de trégua e trocas parciais.