Publicidade
foto evento pco 12 10 25
Getting your Trinity Audio player ready...

Ainda repercute a noite de 7 de outubro de 2025, quando o Partido da Causa Operária (PCO) realizou um ato no auditório da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), no centro da capital. Divulgado como “2º aniversário da Operação Dilúvio de Al-Aqsa”, o evento exaltou os ataques do Hamas em 7/10/2023, chamando a data de “vitória” e “revolução palestina”. Ao longo da atividade, oradores defenderam o 7/10 como “exemplo a ser ensinado nas escolas” e símbolos como a bandeira do Hamas, a letra “Z” (associada ao apoio à invasão russa da Ucrânia) e a suástica foram exibidos no local.

O que foi o evento
Organizado pelo PCO, o ato ocorreu na Praça da República, na sede da APEOESP, e reuniu dirigentes do partido, convidados e apoiadores. O mote foi apresentar o 7/10 como marco de “resistência”, com falas e aplausos da plateia.

Brasileiros mortos eram bandidos?
No palco, o Dr. Ahmed Shehada — médico palestino-brasileiro, presidente do Ibraspal e irmão de Salah Shehadeh (fundador e primeiro líder das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, ala militar do Hamas; morto em 2002 em ataque aéreo israelense) — afirmou que os brasileiros mortos em 7/10 eram “bandidos”. Em sua exposição, disse que seriam “importados da Europa”, questionou “o que fazia brasileiro lá?” e associou a presença dessas pessoas à ideia de “bandido”, desumanizando as vítimas e justificando o ataque como parte de uma suposta “resistência”.

Símbolos exibidos no auditório

  • Estrela de Davi × suástica: material visual colocou lado a lado a Estrela de Davi (símbolo do povo judeu) e a suástica (emblema do nazismo), sugerindo equivalência entre judaísmo/Israel e nazismo — comparação frequentemente criticada por banalizar o Holocausto e alimentar discurso antissemita.

  • Bandeira do Hamas: posicionada ao lado da mesa diretora, a bandeira serviu de pano de fundo para discursos que celebraram o 7/10.

  • Letra “Z”: um participante apareceu usando cachecol com “Z”, símbolo difundido desde 2022 como apoio à ofensiva russa na Ucrânia.

“Para ensinar nas escolas”
Antônio Carlos Silva, diretor da APEOESP (e dirigente do PCO), declarou que o 7/10 deveria ser “saudado, lembrado e ensinado” nas escolas, sindicatos e partidos como “exemplo de luta”.

“Ato de resistência”
Charles Gentil (PT-SP), membro da Executiva Municipal do partido (secretaria de Finanças), discursou caracterizando o 7/10 como “direito à resistência”, descrevendo os ataques como insurreição contra opressão.

Como o PCO definiu o 7/10
Dirigentes do PCO chamaram o 7 de outubro de “vitória espetacular”, equiparando a data a marcos históricos de derrotas impostas a potências ocidentais. O evento terminou com os presentes cantando “A Internacional”.

Posição do Brasil e de outras nações sobre o Hamas
O Brasil condenou os ataques de 7/10/2023 como atos terroristas, porém não classifica formalmente o Hamas como “organização terrorista” — o país segue as listas da ONU, que não designam o grupo. Já EUA, União Europeia, Reino Unido e Canadá reconhecem o Hamas como organização terrorista.

As vítimas brasileiras de 7/10
Quatro cidadãos brasileiros foram mortos nos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023; três morreram no dia e um foi declarado desaparecido, com morte confirmada após recuperação do corpo em maio de 2024.

Destaques ISN

Relacionadas

Menu