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O governo federal anunciou nesta sexta-feira (10), em cerimônia em São Paulo, uma nova linha de crédito para a compra da casa própria...
Créditos: Agência Gov
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O governo federal anunciou nesta sexta-feira (10), em cerimônia em São Paulo, uma nova linha de crédito para a compra da casa própria, com mudanças que visam ampliar os recursos disponíveis para o setor imobiliário e facilitar o acesso ao financiamento habitacional, especialmente para a classe média.

Atualmente, 65% dos recursos captados na caderneta de poupança são obrigatoriamente destinados ao crédito imobiliário, enquanto 20% ficam retidos no Banco Central e 15% são livres. O novo modelo, que será implantado gradualmente até 2027, prevê o fim desse direcionamento fixo e dos depósitos compulsórios, tornando o total de recursos na poupança uma referência para o volume de crédito disponível.

Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a mudança permitirá ampliar o uso da poupança em conjunto com captações de mercado, como LCIs e CRIs, evitando aumento na taxa de juros dos financiamentos. O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que a Caixa poderá financiar 80 mil imóveis com juros de até 12% ao ano para famílias com renda mensal de até R$ 12,5 mil.

O novo modelo também aumenta a concorrência no setor ao permitir que instituições financeiras que não captam poupança possam oferecer crédito habitacional com condições equivalentes, utilizando depósitos interfinanceiros imobiliários.

Outro destaque da medida é a elevação do teto do valor do imóvel financiado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, ampliando o acesso ao crédito para imóveis de maior valor.

Com a nova política, o governo pretende recuperar o volume de crédito imobiliário, que caiu nos últimos anos devido à fuga de recursos da poupança motivada pela baixa rentabilidade frente a outras aplicações. Em setembro deste ano, os depósitos vinculados à habitação somavam R$ 755 bilhões, abaixo dos R$ 801 bilhões registrados em dezembro de 2020.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, comemorou a medida, destacando que ela, aliada às recentes mudanças no FGTS, melhora o cenário para o setor e fortalece o compromisso com a moradia digna.

Durante o período de transição até 2027, a obrigatoriedade de direcionamento continuará valendo, mas o percentual de compulsórios será gradualmente reduzido, liberando mais recursos para os financiamentos habitacionais.

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