Getting your Trinity Audio player ready...
|
A Operação Carbono Oculto, considerada a maior ação já realizada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), investiga mais de 30 postos de combustíveis localizados em Santos, Praia Grande e outras cidades da Baixada Santista. Ao todo, 251 postos de combustíveis em diversos estados do Brasil estão sendo investigados por suspeitas de envolvimento com a lavagem de dinheiro obtido através de atividades criminosas do PCC.
Deflagrada em agosto deste ano, a operação mirou mais de 350 pessoas e empresas suspeitas de ajudar o grupo criminoso a esconder o dinheiro oriundo de seus crimes. A operação tem como alvos 15 pessoas, todas com vínculos diretos com o esquema de lavagem de dinheiro que envolve os postos de combustíveis. Na Baixada Santista, 33 postos estão sob investigação, sendo 12 em Santos, 9 em Praia Grande, 6 em Guarujá, 3 em São Vicente, 2 em Cubatão e 1 em Mongaguá.
A investigação revelou que a maior parte desses postos não está ligada a grandes bandeiras de distribuidoras de combustíveis, com 11 deles funcionando sem bandeira, e o restante vinculado às distribuidoras Ipiranga (12), Rodoil (9) e BR/Petrobras (1). Nenhuma das distribuidoras foi formalmente envolvida na investigação, embora as empresas tenham se manifestado sobre o caso.
Posicionamento das empresas de combustíveis
As distribuidoras de combustíveis se manifestaram sobre a operação. A Ipiranga afirmou que não compactua com práticas ilícitas e que apoia a operação, solicitando acesso aos inquéritos para colaborar. A Rodoil informou que, desde março de 2025, já havia identificado inconsistências e iniciado distratos com postos suspeitos. Já a Vibra (Petrobras) ressaltou que mantém um rigoroso padrão de compliance e que remove revendedores que apresentem irregularidades, tendo desvinculado mais de 100 postos no estado de São Paulo nos últimos dois anos.
A operação segue em sigilo, com a Receita Federal afirmando que mais de mil estabelecimentos foram utilizados pelo PCC, mas sem divulgar uma lista completa. A investigação continua em andamento, com a expectativa de que mais pessoas e empresas possam ser implicadas.