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Uma operação da Guarda Municipal desarticulou um galpão clandestino no bairro Cidade Singer, em Campinas, onde eram falsificadas cervejas de grandes marcas. No local, os agentes encontraram 612 caixas, somando 14.688 garrafas adulteradas, que eram preparadas para ser distribuídas na região e até em outros estados. Cinco homens foram presos em flagrante, quatro deles já com passagens pela polícia.
As investigações apontam que o esquema operava em ritmo industrial: eram produzidas até 840 caixas por semana, transportadas em dois caminhões, e revendidas como se fossem produtos originais. O método utilizado era simples, mas lucrativo: as bebidas de baixo custo recebiam novos rótulos e tampas, imitando marcas tradicionais e sendo revendidas a preços mais altos.
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Crime recorrente
O caso de Campinas não é isolado. A falsificação de cervejas e bebidas alcoólicas é um problema antigo e recorrente no Brasil, colocando em risco a saúde do consumidor e trazendo prejuízos para o mercado formal.
Em setembro, em Osasco (SP), a Polícia Civil apreendeu um caminhão com mais de 12 mil garrafas de cerveja falsificada. Os rótulos apresentavam falhas evidentes, como bolhas e descolamento, além de tampas reaproveitadas.
No Paraná, em agosto, uma operação em Cambará prendeu sete pessoas e apreendeu mais de 22 mil garrafas adulteradas. A quadrilha comprava cervejas populares e trocava rótulos para simular marcas mais caras, revendendo em São Paulo e Minas Gerais.
Em Minas Gerais, em 2024, uma distribuidora na região metropolitana de Belo Horizonte foi interditada após laudos confirmarem adulteração em lotes de bebidas sem nota fiscal. Entidades como o Sindbebidas-MG já alertavam para o risco do consumo dessas mercadorias, especialmente após o aumento dos casos de intoxicação por metanol no país.
Histórico da Belco
Entre as marcas envolvidas nos esquemas de falsificação, apareceu a Belco, cervejaria de São Manuel (SP), que já acumula histórico de problemas na Justiça. Em 2009, a empresa foi proibida de vender bebidas alcoólicas em garrafas PET sem licença ambiental e autorização do Ministério da Agricultura. Na época, tentou driblar a decisão lançando chope aromatizado como “bebida alcoólica mista”, mas a manobra foi barrada judicialmente.
Governo do Estado
O Governo de São Paulo informou que vem intensificando operações conjuntas entre Guarda Municipal, Polícia Civil e órgãos de fiscalização, com foco em desarticular esses galpões clandestinos. A administração estadual reforça que denúncias anônimas têm papel essencial e garante que novas ações estão previstas para os próximos meses, diante da gravidade do problema e do risco à saúde pública.