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O estado de São Paulo registrou nove casos confirmados de intoxicação por metanol em um intervalo de 25 dias, com duas mortes decorrentes da ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas. A informação foi confirmada por órgãos oficiais de saúde pública, que mantêm outros dez casos sob investigação. O cenário acende alerta para a população e reforça a importância de identificar sintomas precoces da exposição ao composto químico.
As ocorrências mais recentes envolvem consumo social em bares e festas, com diferentes tipos de bebidas — como gin, vodka e whisky —, e não em contextos de uso intencional de combustíveis, como já ocorreu em anos anteriores.
Especialistas alertam que a ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode causar sintomas graves e até levar à morte. As autoridades não descartam a possibilidade de subnotificação.
O que é metanol
O metanol é um líquido incolor, inflamável e com forte potencial tóxico. Trata-se de um solvente químico usado como combustível em motores e também na produção de outros compostos industriais. Sua ingestão acidental ou intencional pode ter consequências graves à saúde humana.
No organismo, o metanol sofre metabolização no fígado e se transforma em formaldeído e ácido fórmico — dois elementos altamente tóxicos que comprometem principalmente o sistema nervoso central e a visão.
Estudos indicam que a dose mínima letal é de aproximadamente 80 gramas em pessoas não tratadas. No entanto, efeitos adversos — como danos à visão — podem ocorrer com a ingestão de quantidades ainda menores.
Sintomas de intoxicação por metanol
Os primeiros sintomas da intoxicação por metanol costumam aparecer entre 12 a 24 horas após a ingestão da bebida contaminada. Os sinais mais comuns são:
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Dor de cabeça intensa
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Náuseas e vômitos
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Dor abdominal
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Confusão mental
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Visão turva ou cegueira súbita, em ambos os olhos
Em casos mais graves, a pessoa pode desenvolver sonolência extrema, convulsões, coma e falência de órgãos. O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais e de imagem. O tratamento, que precisa ser iniciado com urgência, envolve o uso de antídotos específicos, correção da acidose metabólica com bicarbonato, suplementação vitamínica e, em situações críticas, hemodiálise para remoção do veneno.
Alerta de autoridades
O aumento incomum no número de casos levou as autoridades estaduais e federais a emitirem alertas sanitários. O cenário preocupa por envolver bebidas comuns consumidas socialmente, fugindo do padrão observado em anos anteriores, quando os registros estavam ligados ao uso abusivo de combustíveis por populações vulneráveis.
Segundo especialistas, surtos como esse são considerados emergências de saúde pública, com alto potencial de letalidade e necessidade de resposta rápida das autoridades.
A recomendação é que consumidores adquiram bebidas apenas de fontes confiáveis, evitando produtos sem registro ou com suspeita de adulteração. Em caso de sintomas após ingestão de bebida alcoólica, a orientação é procurar atendimento médico imediato.