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Danilo Gabriel de Andrade é um nome que marcou a história do Corinthians. Meia de técnica refinada, visão de jogo rara e poder de decisão em partidas grandes, ele foi protagonista em conquistas que entraram para o imaginário da torcida. Entre 2010 e 2018, acumulou títulos de Campeonato Brasileiro, Libertadores e Mundial, consolidando-se como um dos maiores ídolos da era recente do clube. Respeitado pela torcida e pelos colegas, carregava a imagem de jogador decisivo, cerebral e referência dentro de campo.
A notícia que misturou futebol e polícia
Foi justamente essa trajetória vitoriosa que tornou ainda mais explosiva a revelação de que o nome de Danilo apareceu em investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Polícia Civil. O caso, que tomou conta das manchetes esportivas e policiais ao mesmo tempo, trouxe à tona suspeitas sobre como o Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria infiltrando-se no futebol para lavar dinheiro do tráfico.
O esquema sob investigação
De acordo com reportagens de veículos como LANCE!, ESPN, CNN Brasil e The Playoffs, a tese investigativa indica que o PCC utiliza contratos de agenciamento, comissões de jogadores, patrocínios e até casas de apostas como ferramentas para dar aparência legal a recursos ilícitos. A lógica é simples e perigosa: transformar dinheiro do crime em ativos aparentemente legítimos por meio de operações dentro do esporte mais popular do país.
Nesse contexto, Danilo foi mencionado em conversas interceptadas pela investigação como uma “referência técnica” em avaliações de atletas. Isso significa que seu conhecimento e reputação no futebol eram citados para dar credibilidade a negociações suspeitas. Seu nome surgiu como referência em diálogos analisados, mas ele não é apontado como integrante ou beneficiário do esquema.
O caso Corinthians e a VaideBet
Paralelamente, o Corinthians entrou no foco das autoridades por causa do contrato de patrocínio com a VaideBet, empresa de apostas esportivas. A investigação revelou indícios de que parte das comissões teria sido desviada para contas ligadas ao PCC, movimentando cerca de R$ 1,4 milhão em transações financeiras suspeitas. Esse elo entre clube, apostas e facção criminosa ampliou a dimensão do escândalo, que ultrapassou as páginas esportivas e alcançou a editoria policial.
A trajetória de um campeão
Antes de qualquer investigação, Danilo já tinha lugar cativo na história corintiana. Ele foi peça-chave no título da Libertadores de 2012, participou do Mundial de Clubes no mesmo ano e acumulou conquistas nacionais, sempre com a marca de jogador frio em momentos decisivos. Ídolo para a Fiel, é lembrado como um dos atletas mais vitoriosos do período recente do clube.
Apelidado carinhosamente pela torcida de “Zidanilo”, em referência ao craque francês Zinedine Zidane, o meia conquistou esse status pela frieza em momentos decisivos e pela elegância em campo. Sua capacidade de controlar o ritmo do jogo, distribuir passes milimétricos e aparecer nos instantes mais importantes fez dele um símbolo de confiança para o Corinthians. O apelido não era apenas uma brincadeira: traduzia o respeito e a idolatria de uma torcida que via em Danilo um jogador capaz de mudar o rumo das partidas com inteligência e calma, mesmo sob máxima pressão.
Roteiro de Títulos de Danilo pelo Corinthians
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Campeonato Brasileiro – 2011 e 2015
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Copa Libertadores da América – 2012
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Mundial de Clubes da FIFA – 2012
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Campeonato Paulista – 2013 e 2017
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Recopa Sul-Americana – 2013
Presunção de inocência e papel do MP
Até o momento, Danilo não responde a processo nem é alvo de denúncia formal. Ele foi citado em conversas investigadas, mas não há qualquer medida judicial contra ele. É fundamental ressaltar que, no sistema de Justiça brasileiro, o Ministério Público não prende nem solta — sua função é investigar, reunir provas e apresentar denúncias à Justiça, que decide se abre processo, concede medidas cautelares ou absolve.
As investigações seguem em andamento, e caberá ao MP indicar à Justiça eventuais responsabilidades criminais. Até lá, vale a regra central do direito: todos são inocentes até que se prove o contrário.