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“Ele nunca mais vai abraçar o pai.” A frase, dura e carregada de simbolismo, foi dita pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) em uma postagem nas redes sociais contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A declaração veio após o filho do ex-presidente pedir autorização para exercer seu mandato direto dos Estados Unidos.

Na publicação, Erika chamou o parlamentar de “verme”, “tênia” e “parasita”, acusando-o de trair o país e de se beneficiar do povo enquanto vive fora do Brasil. O ataque abriu um debate: até que ponto a política brasileira virou espaço para agressões pessoais e emocionais?

O pedido de Eduardo Bolsonaro divide opiniões. De um lado, há quem veja a decisão como uma fuga do país em meio a investigações e riscos políticos. De outro, apoiadores alegam que se trata de uma escolha legítima, voltada à segurança de sua família e ao fortalecimento de contatos internacionais.

As palavras de Erika Hilton, porém, ganham outra camada quando confrontadas com sua história de vida. A deputada foi rejeitada na adolescência, expulsa de casa aos 15 anos por causa de sua identidade de gênero e chegou a viver nas ruas, enfrentando violência e preconceito. Mais tarde, reconstruiu sua trajetória, voltou a estudar e se tornou a primeira mulher trans eleita deputada federal por São Paulo.

Diante desse passado, surgem questionamentos: a ausência paterna e a rejeição vivida por Erika ecoam em seus discursos atuais? Ao dizer que Eduardo “nunca mais abraçará o pai”, estaria projetando sua própria dor ou apenas usando a política como espaço de embate?

O episódio reacende uma discussão antiga: quando o debate político ultrapassa a esfera pública e se mistura às feridas pessoais, até onde vai a crítica legítima e onde começa o ataque pessoal?

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