O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (13) que apenas a Ucrânia tem o direito de negociar seus próprios territórios com a Rússia. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus, dois dias antes do encontro de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, previsto para ocorrer no Alasca.
Trump garantiu aos aliados que pretende pressionar Putin por um cessar-fogo imediato e afirmou que qualquer acordo territorial só poderá ser discutido com a presença e consentimento da Ucrânia. “Conversas sobre nós sem nós não funcionarão”, reforçou Zelensky, reiterando que seu país não aceitará negociações que não incluam representantes ucranianos.
A reunião virtual contou com a presença do presidente da França, Emmanuel Macron, do chanceler alemão, Friedrich Merz, do premiê britânico, Keir Starmer, da chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen, e do líder da Otan, Mark Rutte. Todos concordaram sobre a necessidade de garantir que a soberania da Ucrânia seja respeitada e que não haja reconhecimento da anexação russa de territórios ucranianos.
Segundo Merz, Trump reconheceu que a “cronologia correta” seria um cessar-fogo seguido de negociações formais para encerrar o conflito, que já dura três anos e meio. O chanceler alemão também disse que o presidente americano está disposto a aumentar a pressão sobre Putin caso não haja resposta positiva após o encontro bilateral.
Apesar disso, há preocupações entre os aliados europeus sobre o possível teor das conversas entre Trump e Putin, especialmente após o líder americano ter mencionado, sem detalhes, a possibilidade de “troca de territórios”. Em resposta, a Rússia reafirmou que não aceitará concessões e mantém sua reivindicação sobre as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Trump se mostrou aberto a uma reunião trilateral com Putin e Zelensky no futuro, mas justificou que o encontro no Alasca, inicialmente bilateral, foi proposto por Putin e aceito como uma oportunidade para “obter um entendimento mais preciso” sobre possíveis caminhos para o fim da guerra.
