Especialistas analisaram o desgaste interno no partido após apoio a Trump
Créditos: Paulo Sérgio / Câmara dos Deputados
O programa ISFM NEWS desta quinta-feira (24) abordou o atrito entre as lideranças do Partido Liberal (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A cúpula da legenda entende que a atuação de Eduardo agravou o momento de tensão após o anúncio do tarifaço de Donald Trump.
Para o arquiteto Alessandro Lopes, a postura de Eduardo Bolsonaro reflete um isolamento familiar que já se arrasta há anos. Segundo ele, o deputado esteve no exterior não para representar o país, mas por motivações ideológicas próprias, o que teria gerado ruído desde a posse do governo.
Lopes ainda afirmou que o PL enfrenta disputas internas recorrentes e que a permanência de Eduardo pode prejudicar os planos da legenda de se aproximar do centro.
“Vejo que o PL quer se distanciar do Eduardo para não perder apoio no agronegócio e em outras negociações”, afirmou. Apesar disso, o arquiteto ponderou que o partido não está enfraquecido, mas conta com representantes sem respaldo do próprio grupo.
Já o professor universitário Alberto Claro criticou duramente a postura de Eduardo, afirmando que o deputado se diz patriota, mas acaba prejudicando o país e seus próprios eleitores. Claro também voltou a sugerir que o governador Tarcísio de Freitas deveria romper com o bolsonarismo se almeja um espaço nacional.
Para ele, o cenário atual mostra um país refém de um drama familiar e de uma disputa pessoal por poder, com impactos concretos para a população.
Apresentado pelo jornalista Paulo Schiff, o ISFM News é transmitido pela rádio ISFM 100,7, de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30. O programa também pode ser acompanhado pelo canal ISFM no YouTube.
A notícia
Na terça-feira (22), deputados do PL causaram mal-estar interno ao erguerem bandeiras em apoio a Donald Trump no Congresso. O gesto foi criticado por setores do partido, que tentam conter desgastes causados pelo tarifaço do republicano contra o Brasil.
A ação desviou o foco das críticas à suspensão das comissões, determinada por Hugo Motta. O PL, em crise, também enfrenta dificuldades com Eduardo Bolsonaro, considerado “incontrolável” por lideranças que cobram posicionamento mais claro sobre o tarifaço.
Eduardo permanece nos EUA há mais de quatro meses e, com o fim de sua licença, corre risco de perder o mandato por excesso de faltas. Aliados avaliam alternativas para evitar uma cassação por quebra de decoro parlamentar.
Entre as saídas cogitadas, estaria sua nomeação para um cargo em governos estaduais aliados, o que permitiria a renúncia ao mandato. Mas ao menos em Santa Catarina, sob comando de Jorginho Mello, a hipótese já foi descartada.
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