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Por que as chuvas foram mais fortes em Santos e Guarujá?

Fenômeno chamado “chuva orográfica”, somado à urbanização e ao assoreamento dos canais, explica o caos climático nas duas cidades

Créditos: Laércio Hubinger

As fortes chuvas que atingiram a Baixada Santista entre a noite de terça-feira (5) e a manhã desta quarta-feira (6 de agosto de 2025) provocaram impactos especialmente severos em Santos e Guarujá, deixando ruas alagadas, bairros isolados e um cenário de caos urbano. Segundo o climatologista Rodolfo Bonafim, a explicação para esse desequilíbrio está em um fenômeno conhecido como chuva orográfica, aliado ao intenso processo de urbanização e à falta de escoamento eficiente.

Créditos: Repdrodução

“É como se São Pedro tivesse espremido uma esponja bem em cima de Santos e Guarujá”, afirmou o especialista.

O que é chuva orográfica?

A chamada chuva orográfica — também conhecida como chuva de relevo — acontece quando ventos moderados a fortes carregam nuvens carregadas que colidem com os morros e serras, comuns na região. Ao subirem, essas nuvens se condensam rapidamente, resultando em chuvas intensas e localizadas. Santos e Guarujá, com alta concentração de morros por quilômetro quadrado, são mais suscetíveis a esse tipo de precipitação.

Recordes de volume em poucas horas

Enquanto cidades como Peruíbe (7 mm), Bertioga (25 mm) e Praia Grande registraram volumes baixos, Santos chegou a 125 mm de chuva em 6 horas, conforme medição da Estação Amigos da Água. Já Guarujá bateu recorde com 160 mm nas regiões de Pitangueiras e Astúrias — um volume extremo para um intervalo tão curto.

O caos em Santos e Guarujá

Em Santos, o assoreamento do canal 1 após a última ressaca agravou os efeitos da chuva. Bairros como o Marapé, que raramente sofrem com enchentes, ficaram debaixo d’água. O acúmulo de areia trazida pelas ondas bloqueou o escoamento natural da água, gerando alagamentos intensos.

Em Guarujá, a região da Rua do Adubo, entre outros pontos, ficou completamente tomada pela água. A cidade registrou o maior volume pluviométrico da Baixada Santista nas últimas 12 horas.

Urbanização, vento e relevo: a combinação perigosa

Além da chuva orográfica, a alta densidade urbana, o excesso de concreto e a falta de áreas permeáveis dificultam o escoamento da água. O problema foi agravado pela direção dos ventos, que trouxe nuvens carregadas para a região central da Baixada, exatamente onde ficam Santos e Guarujá.

“É uma combinação de fatores climáticos e urbanos que fez dessa chuva um verdadeiro caos localizado”, conclui Bonafim.

Enquanto isso, São Vicente, Cubatão, Itanhaém e outras cidades da região enfrentaram apenas alagamentos pontuais, com rápida drenagem.

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