Adidas projeta aumento de preços nos EUA em meio a tarifas impostas por Trump

Empresa alemã prevê impacto de US$ 230 milhões no segundo semestre devido à elevação de impostos sobre importações asiáticas

A Adidas voltou a sinalizar um possível reajuste nos preços de seus produtos nos Estados Unidos, reflexo direto das tarifas aplicadas pelo governo de Donald Trump sobre importações de países asiáticos. A medida, ainda em fase de definição quanto aos valores, poderá elevar os custos da marca esportiva em aproximadamente US$ 230 milhões apenas no segundo semestre de 2025.

A empresa depende fortemente da produção em países como Vietnã e Indonésia, responsáveis por 30% e 23% dos itens vendidos no mercado norte-americano, respectivamente. Com as novas tarifas, os impostos sobre produtos vindos do Vietnã atingem 46%, enquanto os da Indonésia sobem para 43%, o que representa um acréscimo significativo na carga tributária dos calçados importados.

A direção da Adidas informou que pretende manter os preços dos produtos já conhecidos estáveis, sempre que possível. No entanto, os lançamentos futuros podem ser impactados e chegar ao mercado com novos valores. A empresa também avalia os efeitos que uma possível megainflação nos Estados Unidos pode ter sobre a demanda e os volumes de vendas.

Os Estados Unidos representam cerca de 20% das vendas globais da marca alemã. Apesar das pressões fiscais e cambiais — como a desvalorização do dólar e do yuan —, a empresa superou as expectativas de lucro no segundo trimestre de 2025. O resultado operacional foi de 546 milhões de euros, superando a previsão de 520 milhões de euros, conforme divulgado pela Reuters.