Especialistas apontam uso político de exceções tarifárias nas eleições
Créditos: Ricardo Stuckert / PR
O programa ISFM News desta sexta-feira (1) discutiu o crescimento da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo pesquisa da Atlas. Entre seis presidentes avaliados na América Latina, Lula aparece em segundo lugar.
A advogada Patricia Gorisch afirmou que Lula usará o recuo tarifário dos EUA como vitória pessoal: “Ele vai usar a exceção dos 700 produtos como se fosse glória dele. Mas não é. Nem dele e nem do Alckmin, que tentou negociar e fracassou.”
Segundo Patricia, o lobby que influenciou o governo americano partiu de empresários locais: “Eles bateram na porta do Salão Oval dizendo que quebrariam com as taxas. Por isso ficaram de fora itens como café e cacau, importantes para o Brasil.”
Ela criticou a narrativa criada: “Se fosse uma negociação bem-sucedida, Lula e Alckmin teriam ido aos EUA. Mas estavam aqui, em programa de TV matinal. Mesmo assim, ele vai explorar isso nas eleições como se fosse uma grande conquista.”
O advogado Luciano Cascione afirmou que a boa posição de Lula reflete a situação dos países vizinhos: “A Colômbia vive um desastre. O brasileiro adora um Fla-Flu político. Sempre existe uma divisão entre ‘nós’ e ‘eles’ na leitura da realidade.”
Cascione também comentou o impacto da mídia e das redes sociais: “O brasileiro médio se informa por fontes tendenciosas ou se perde em bobagens. Isso afeta a compreensão dos fatos e favorece interpretações equivocadas da situação atual.”
Ele ainda apontou Lula como origem da crise com os EUA: “Quem começou essa tensão foi o próprio Lula, na reunião dos BRICS, dizendo que o dólar não deveria servir para nada. Isso teve peso na resposta americana sobre os produtos brasileiros.”
Apresentado por Paulo Schiff, o ISFM News vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na rádio ISFM 100,7. O programa também pode ser acompanhado ao vivo ou sob demanda no canal oficial da emissora no YouTube.
A notícia
O presidente Lula aparece com 50% de aprovação e 50% de rejeição, segundo pesquisa da AtlasIntel. Os índices melhoraram em relação ao levantamento anterior. Para 47% dos entrevistados, seu governo é “bom ou ótimo”, enquanto 48% o avaliam como “ruim ou péssimo”.
A líder mais bem avaliada da América Latina é Claudia Sheinbaum, do México. Ela tem 62% de aprovação e apenas 33% de rejeição. Quase metade da população considera sua gestão “boa ou ótima”, enquanto só 25% a veem como “ruim ou péssima”.
Na outra ponta, Dina Boluarte, do Peru, tem os piores números: só 7% de aprovação e 90% de desaprovação. Javier Milei (45%), Gabriel Boric (39%) e Gustavo Petro (30%) enfrentam rejeição crescente em seus países.
O levantamento foi feito em parceria com a Bloomberg, usando a mesma metodologia nos seis países analisados. No Brasil, 7.334 pessoas foram ouvidas entre 25 e 28 de julho de 2025. A margem de erro da sondagem é de 1 ponto percentual.
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