Caso de Jiao, envolve centenas de vítimas e viraliza nas redes sociais na Ásia

Créditos: reprodução / redes sociais
Um homem de 38 anos foi preso na China após fingir ser mulher para atrair homens em aplicativos de relacionamento, realizar encontros íntimos e gravá-los secretamente. Conhecido pelo apelido “Sister Hong”, o suspeito, identificado como Jiao, foi detido em Nanquim no início de julho. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais chinesas e de países vizinhos, como Taiwan, antes de alcançar a atenção internacional.
De acordo com o Departamento de Segurança Pública da cidade, Jiao se apresentava como uma mulher divorciada em busca de relacionamento. Para sustentar o disfarce, utilizava perucas, maquiagem, filtros de beleza e softwares de modulação de voz. Os encontros eram marcados em seu apartamento e, em troca, os homens levavam itens simples como frutas, leite ou óleo, sem pagamento em dinheiro.
As gravações feitas sem autorização eram posteriormente vendidas em grupos privados na internet, por valores que giravam em torno de 150 yuan (aproximadamente R$ 116). A divulgação das imagens gerou um escândalo online, com montagens contendo centenas de rostos circulando nas redes, resultando na exposição pública das vítimas. Muitos foram alvo de linchamentos virtuais, além de sofrerem com rompimentos de relacionamentos ao serem identificados por companheiras.
Embora rumores apontassem para mais de 1.600 vítimas e supostas transmissões de HIV, as autoridades esclareceram que esses números são infundados e que, até o momento, as investigações apontam a existência de centenas de vítimas, sem comprovação de contágio viral.
A prisão de Jiao foi baseada inicialmente na acusação de divulgação de material obsceno, crime que pode acarretar até 10 anos de reclusão, dependendo da quantidade de conteúdo e lucro envolvido. Juristas locais avaliam que ele pode responder por pelo menos sete crimes graves. Caso os itens recebidos dos homens sejam considerados forma de pagamento, o acusado ainda poderá ser denunciado por prostituição.
O caso segue em investigação e tem gerado debate intenso nas redes sociais sobre privacidade, identidade virtual e crimes sexuais online.