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Tarifaço de Trump impacta diretamente cadeia produtiva do Triângulo Mineiro

Commodities e cosméticos de Uberaba já sentem impactos do aumento de tarifas anunciado pelo governo americano

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante encontro oficial ao lado das bandeiras do Brasil e dos EUA (Foto: Alan Santos / PR)

De hoje, 10 julho, até o dia 1º de agosto muitas coisas podem mudar em se tratando de política internacional gerida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ontem, o Brasil dormiu com a notícia do aumento da tarifa dos produtos brasileiros que são exportados para o país americano, em 50%. O impacto desse anunciou gerou não só uma reação imediata do Palácio do Planalto, mas causou preocupação no setor produtivo do Triângulo Mineiro.

Uberaba já sente os possíveis efeitos colaterais dessa notícia, afinal daqui partem commodities e cosméticos direto para o principal mercado comprador que são os Estados Unidos. Conforme precisou a especialista em Comércio Exterior, Márcia Gonçalves, que há mais de 25 anos atua como despachante aduaneira, o aumento da tarifa vai elevar custos tanto para quem exporta, quanto também para o consumidor final.

“Ao elevar o custo, essa tarifa vai obrigar empresas que exportam produtos para os EUA a fazer cortes, o que poderá gerar desemprego”, ressaltou Márcia, acrescentando que a população dos EUA também vai sentir no bolso o aumento das mercadorias como carne, suco de laranja, cosméticos dentre outros.

O economista Marco Antônio Nogueira concorda com a especialista em comércio exterior e avalia que poderá haver uma queda nas exportações para os EUA. “Essa possível redução das exportações poderá ser amenizada por ações comerciais e financeiras para não perder o market share neste lucrativo mercado. Paralelamente, as empresas afetadas poderão redirecionar suas vendas para outros mercados, inclusive o interno”, avaliou.

A lista dos impactados na região do Triângulo Mineiro é grande conforme destaca o economista: fornecedores de laranja para as duas maiores empresas do mundo, Cutrale e Citrosuco, que exportam mais de 50% do suco concentrado de laranja para o mercado americano; fornecedores de madeira e manufaturas que são muito utilizadas no mercado de construção americano, bem como o negócio de reflorestamento para a produção e exportação de celulose e papel.

Também serão impactados produtores e toda a cadeia do café, que dado a escassez do produto terão maior facilidade de realocação em outros mercados; a cadeia de produção de ferro e aço, que utilizam materiais da região como o carvão em sua produção; fornecedores da cadeia de carne bovina – animais, ração, soja, milho, serviços e produtos genéticos; indústria de cosméticos e produtos de beleza.

“É importante destacar que o Brasil está apenas na 18a. posição nas exportações para os EUA e em 9º. nas importações deste país, enquanto que para o Brasil os EUA são o 2º. maior destino das exportações e o 3º. país de quem mais importamos”, destacou o economista.

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