PF ouviu advogados de Bolsonaro e Wajngarten por suspeita de obstrução

Depoimentos, determinados por Alexandre de Moraes, investigam contatos com familiares do delator

Reprodução/Palácio do Planalto

A Polícia Federal ouviu na última terça-feira (1) os advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, atual defensor de Jair Bolsonaro na ação relativa à trama golpista, e Fábio Wajngarten, ex-assessor de Bolsonaro, junto com o criminalista Eduardo Kuntz e o coronel Marcelo Câmara. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, na investigação que apura possível obstrução de Justiça relacionada ao inquérito sobre mensagens atribuídas ao delator Mauro Cid.

Segundo as investigações, Wajngarten, Bueno e Kuntz teriam tentado estabelecer contato com familiares de Cid — incluindo a mãe, esposa e filha de 14 anos — com a possível intenção de obter informações ou influenciar o delator a trocar sua defesa. Wajngarten reconheceu que dialogou com a filha de Cid em agosto de 2023, mas disse que o contato se referiu apenas à inscrição da menina em uma competição de hipismo, sem tratar da delação.

Por sua vez, Paulo Cunha Bueno caracterizou o encontro com a mãe de Cid, ocorrido em um evento na Sociedade Hípica Paulista, como “casual e breve”, afirmando que não houve debate sobre o conteúdo da delação ou tentativa de influenciar a escolha de defesa.

O coronel Marcelo Câmara também prestou depoimento à PF e negou ter conversado com Cid ou qualquer familiar para interferir no acordo de colaboração premiada. O inquérito investiga se essas condutas configuram obstrução de investigação no âmbito da apuração da trama golpista, conforme apontado por Moraes.

Agora, a PF tem o prazo de 10 dias para apresentar, ao STF, o laudo de extração dos dados do celular apreendido da filha de Cid por suspeita de participação no suposto contato com os advogados.

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