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Educadores da rede municipal de São Vicente participaram de uma imersão formativa no Instituto Novos Pretos, no Rio de Janeiro, reafirmando o compromisso da Secretaria de Educação com uma prática pedagógica antirracista e alinhada à Lei 10.639/03.
A iniciativa promovida no sábado (29) integrou ações do Projeto “Desconstruindo Barreiras” e dialogou diretamente com o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola, reforçando a proposta de ampliar o aprendizado para além dos muros escolares. A ação também fez parte da programação do Mês da Consciência Negra, fortalecendo as discussões sobre identidade, ancestralidade e combate ao racismo.
Durante a visita, o grupo vivenciou o percurso “Herança Africana”, uma experiência guiada que apresenta marcos da presença africana no Rio de Janeiro e evidencia o apagamento histórico sofrido pela população negra no Brasil. Segundo a secretaria, esse entendimento é fundamental para fortalecer políticas públicas que reconheçam e valorizem saberes historicamente invisibilizados e contribuam para a reparação de desigualdades. A imersão também proporcionou contato direto com narrativas que destacam a força da ancestralidade e a potência da cultura preta como ferramenta formativa.
A mobilização em torno da atividade foi espontânea e significativa: 45 participantes, entre educadores, profissionais de cidades vizinhas e familiares, aderiram ao percurso, organizando-se para custear a própria viagem. O interesse reflete o desejo da comunidade escolar de aprofundar conhecimentos sobre a história africana em território brasileiro.
A diretora da unidade, Eugênia Chelini, ressaltou o caráter transformador da iniciativa e a conexão com o PPP. “A educação vai além dos muros da escola. Vivenciar a Pequena África, algo que antes conhecíamos só pelos livros, foi transformador e mostrou a riqueza da nossa história. Foi um momento único para todos nós”.
Segundo a assistente de direção e responsável pela organização, Patrícia Ramos, a experiência foi enriquecedora para todo o grupo. “Foi um momento de muita formação e diversão ao mesmo tempo. Foi um momento mágico, algo que ainda não havíamos vivido na rede. A aceitação foi enorme e os colegas já pedem que repitamos a experiência em 2026. Isso nos alegra e nos faz repensar propostas pedagógicas que vão muito além do muro da nossa escola”.
A educadora Cristiane Tavares, participante da viagem, destacou a importância do conhecimento histórico para transformação social. “Esse momento veio para contribuir na libertação e entendimento da necessidade de cada vez mais falarmos desse triste capítulo da história da humanidade”.
A Secretária de Educação, Michelle Melo Paraguai, também enfatizou o impacto da imersão. “A experiência deixou evidente o quanto precisamos enfrentar o apagamento da verdadeira história e valorizar saberes que foram silenciados por tanto tempo. Estar ali, ouvindo narrativas que reafirmam a força da ancestralidade, reforçou ainda mais meu compromisso com uma educação que promova representatividade e conte a história de todos os brasileiros”.
