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Nicolás Maduro voltou a aparecer em público e deixou claro que não cumpriu o ultimato dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para deixar o comando da Venezuela. O prazo, que teria expirado após uma conversa direta entre os dois, previa a saída voluntária do chavista em troca de condições negociadas. Ao reaparecer normalmente em Caracas e seguir despachando no país, Maduro deixou evidente que permaneceu no poder apesar da pressão americana.

A volta dos que não foram

O primeiro reaparecimento público de Maduro ocorreu no domingo, 30, após dias sem ser visto. Ele participou de uma premiação de cafés especiais no leste de Caracas, onde entregou medalhas a produtores locais e experimentou diferentes bebidas. Evitou comentar o impasse com os EUA, mas encerrou o evento afirmando que a Venezuela é “indestrutível, intocável, imbatível”, numa mensagem indireta de resistência.

No entanto, foi na segunda-feira, 1º de dezembro, que Maduro elevou de vez o tom político. Durante uma grande marcha em Caracas, diante de milhares de apoiadores, ele declarou que o país “nasceu para vencer” e rejeitou qualquer negociação que implique submissão. Em seu discurso mais duro desde o ultimato, afirmou: “Não queremos a paz dos escravos, nem a paz das colônias.” O pronunciamento marcou sua volta à linha de frente da crise e mostrou que ele não pretende deixar o poder sob pressão externa.

Analistas internacionais avaliam que os Estados Unidos podem reagir com medidas mais duras, interpretando a permanência de Maduro como um desafio direto. Entre os cenários considerados estão o endurecimento das sanções, novas restrições aéreas, o isolamento diplomático e um cerco militar mais rígido ao território venezuelano, aumentando o clima de tensão no Caribe e na fronteira norte da América do Sul.

Conversa pelo telefone ficou só na conversa

Durante a ligação com Trump, Maduro teria pedido anistia completa para ele e sua família, retirada das sanções, proteção jurídica para figuras-chave do regime e suspensão de processos internacionais. Também teria proposto a instalação de um governo interino liderado por sua vice-presidente até a convocação de novas eleições. As exigências foram rejeitadas pelos Estados Unidos, que mantiveram o posicionamento firme e reforçaram a cobrança pela saída imediata do líder venezuelano.

Enquanto isso, o cerco americano à Venezuela se intensifica. Os Estados Unidos enviaram mais de 12 navios de guerra e cerca de 15 mil militares ao Caribe, alegando combate ao narcotráfico. Caracas, porém, afirma que a mobilização tem objetivo político: pressionar a saída de Maduro. Além da presença militar, Washington reforçou sanções e orientou aeronaves a evitarem o espaço aéreo venezuelano, enquanto o governo chavista acusa os EUA de tentar transformar a região em zona de conflito e usar o tema das drogas como pretexto para alcançar as vastas reservas de petróleo do país.

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