|
Getting your Trinity Audio player ready...
|
Imagens de uma câmera de segurança de um posto de gasolina em Videira, Santa Catarina, mostraram a força de uma tempestade que atingiu a cidade na noite desta sexta-feira (28). O vento ganhou intensidade rapidamente e causou estragos em residências, ruas e estruturas do comércio local.
Radares registraram rajadas de até 84 km por hora, mas a Defesa Civil informou que o número oficial ainda está em análise, já que há relatos de moradores que afirmam que a sensação de vento foi muito maior — chegando à possibilidade de ter passado dos 100 km/h, e em alguns pontos, até perto dos 150 km/h.
Videira fecha um mês marcado por fenômenos extremos em todo o Sul do Brasil. O mês de novembro acumulou episódios de granizo, tornados e vendas fortes em pelo menos três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
<div class=”video-container”>
Esse tipo de fenômeno é raro?
A região Sul já tem histórico de temporais entre os meses de novembro e março, mas a frequência e a intensidade dos fenômenos chamam atenção. Meteorologistas explicam que a combinação de fatores climáticos torna o ambiente propício para tempestades severas:
-
encontro de massas de ar quente e frio;
-
solo aquecido por vários dias, acumulando energia;
-
umidade vinda da Amazônia pela chamada Alta da Bolívia;
-
atuação do El Niño, que intensifica a instabilidade na região.
Somados, esses elementos favorecem a formação de nuvens carregadas — muitas vezes do tipo cumulonimbus, associadas a vento forte, granizo e queda brusca de temperatura. É por isso que especialistas afirmam que os fenômenos não são completamente raros, mas a intensidade deles vem aumentando.
Granizo em Lontras e teoria da manipulação climática
Um dos eventos mais comentados ocorreu em Lontras, Santa Catarina, onde pedras de granizo chamaram a atenção pelo tamanho incomum. Imagens circularam nas redes mostrando pedras maiores que ovos. Esse caso abriu espaço para uma tese popular de que o fenômeno teria sido provocado artificialmente por interferência humana.
Meteorologistas, no entanto, descartaram essa hipótese. De acordo com análises técnicas, o granizo foi resultado de três fatores combinados: ar quente intenso perto do solo, ar frio em altitude e umidade excessiva na atmosfera — cenário típico para tempestades severas. Mesmo assim, o episódio marcou o mês pela repercussão e pelo impacto visual.
O que fizeram os governos
Prefeituras
-
Montaram pontos de apoio a famílias desabrigadas;
-
Distribuíram lonas e materiais emergenciais;
-
Trabalharam na retirada de árvores caídas e limpeza de ruas.
Governos estaduais (SC, PR e RS)
-
Acionaram a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros;
-
Ativaram planos de contenção e mapeamento de áreas de risco;
-
Pediram apoio federal diante da possibilidade de novos eventos.
Governo Federal
-
Liberou recursos emergenciais por meio do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional;
-
Enviou equipes técnicas para monitoramento climático;
-
Estuda ações de prevenção para dezembro, com atenção especial às áreas mais atingidas.
