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Nayara Alves Meng, de 28 anos, moradora da Área Continental de São Vicente (SP), morreu na noite da última quarta-feira (19), no Hospital dos Estivadores, em Santos, após sofrer uma parada cardíaca. Ela estava internada havia quase três meses por complicações respiratórias causadas por uma infecção pulmonar que evoluiu para uma superbactéria.
Segundo familiares, a jovem vinha enfrentando problemas de saúde desde março, quando começou a apresentar tosse intensa, febre e dificuldade para respirar. Apesar de procurar atendimento em diversas unidades da Baixada Santista — em São Vicente, Praia Grande e Santos — Nayara não teria recebido um diagnóstico preciso nem tratamento adequado.
A irmã, Talita Leôncio Meng, afirma que os primeiros sintomas foram tratados como gripe. “Ela já não usava vape desde o início da tosse. Mas as idas aos prontos-socorros só resultavam em receitas trocadas a cada consulta”, relata. Em abril, Nayara foi atendida no Hospital Municipal de São Vicente, onde recebeu diagnóstico de princípio de pneumonia e foi liberada com antibióticos. Com a piora, voltou à unidade, quando surgiu a suspeita de tuberculose, descartada posteriormente.
Em junho, foi internada no Pronto-Socorro Central de Praia Grande e, posteriormente, transferida para o Hospital Irmã Dulce, onde ficou 30 dias. Exames apontaram uma massa no pulmão, sem sinais de tumor, e uma biópsia chegou a ser cogitada, mas descartada por outro médico. Após drenagem de líquido nos pulmões, ela teve melhora temporária e recebeu alta, mas voltou a piorar dois dias depois.
Encaminhada à UPA Central de Santos e, na sequência, ao Hospital dos Estivadores, Nayara iniciou tratamento intensivo. Segundo Talita, os exames identificaram uma bactéria que, devido à sequência de tratamentos ineficazes, evoluiu para uma superbactéria. A jovem foi entubada no dia 15 de novembro e sofreu duas paradas cardíacas no dia 19, não resistindo à segunda.
A família cobra respostas sobre a condução do atendimento médico e relaciona o agravamento do quadro ao uso contínuo e desordenado de antibióticos, além da falta de exames mais aprofundados nos primeiros atendimentos. Nayara, segundo os familiares, era saudável e sem histórico de doenças graves.
