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O nome de Thalles Roberto voltou ao centro dos debates no meio evangélico depois que o cantor puxou o hino do Flamengo durante sua apresentação na Marcha para Jesus de Imperatriz (MA), realizada no feriado da Consciência Negra, em 20 de novembro. O momento, registrado em vídeos nas redes sociais, mostra o artista colocando o público para cantar o hino do clube em ritmo de samba, no meio de um evento tradicionalmente voltado a louvores e oração.

Nas redes, parte dos fiéis criticou a escolha, afirmando que um hino de time de futebol não combina com a proposta da Marcha para Jesus, que seria focada exclusivamente em músicas de adoração. Para esse grupo, a presença de um elemento considerado “secular” destoaria do caráter religioso do encontro. Outro segmento defendeu o cantor, tratando o episódio como um momento pontual de descontração que não teria mudado a essência do evento.

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Não é a primeira polêmica

A repercussão atual reacendeu lembranças de uma das maiores crises da carreira de Thalles, ocorrida em 2015, quando ele fez declarações que causaram forte rejeição dentro do chamado “mundo gospel”.

Na época, durante uma conferência em Brasília, o cantor afirmou, em vídeo que viralizou, que havia recebido de Deus um direcionamento para investir em uma carreira fora do ambiente gospel, dizendo que já tinha feito “tudo o que tinha para fazer” dentro do segmento. Ele também declarou que estava “acima da média” porque, no meio gospel, só havia “gente fraca”, e que fazer música nesse mercado seria “muito fácil”.

As falas foram entendidas por muitos como um desprezo ao público e aos colegas de ministério. Lideranças e cantores conhecidos do meio cristão se manifestaram publicamente contra o conteúdo do discurso, e o episódio ficou marcado como um dos maiores momentos de rejeição já vistos no segmento evangélico brasileiro.

O contexto dessas declarações coincidiu com o lançamento de “As Canções que Eu Canto pra Ela”, álbum de 2015 com repertório romântico dedicado à esposa do cantor — um trabalho explicitamente não religioso, visto por parte da crítica como um passo real na direção de uma carreira voltada para o mercado secular.

Pedido de perdão e tentativa de reaproximação

Depois da reação negativa, Thalles se afastou de parte dos grandes eventos evangélicos e, cerca de dois anos mais tarde, em 2017, publicou um vídeo nas redes sociais pedindo perdão. Na gravação, ele admite que errou na forma como se expressou, pede desculpas aos cantores evangélicos e ao público em geral e afirma que não queria se justificar, mas assumir o que havia feito e dito.

Segundo ele, as frases sobre estar “acima da média” e sobre a fragilidade do meio gospel acabaram soando de forma arrogante e ofensiva, mesmo que, na sua visão, o objetivo fosse falar da própria experiência e não atacar diretamente outros artistas.

Polêmicas em sequência

Com a nova controvérsia na Marcha para Jesus em Imperatriz, o nome de Thalles volta a circular com força em perfis evangélicos e páginas de notícia nas redes sociais. Para uma parte do público, o episódio do hino do Flamengo apenas reforça a imagem de um artista que, ao longo dos anos, tem testado os limites entre entretenimento, fé e mercado, acumulando momentos de grande popularidade e, ao mesmo tempo, de forte contestação dentro do próprio meio cristão.

Assim, a cena do cantor puxando o hino de um clube de futebol em plena Marcha para Jesus não é vista isoladamente: para muitos, ela se soma a um histórico de declarações e escolhas que seguem dividindo opiniões entre os que o apoiam e os que ainda não superaram as polêmicas do passado.

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