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FOTO INCENDIO COP 21 11 25
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O incêndio que atingiu a Zona Azul da COP30 nesta quinta-feira (20/11), em Belém, aconteceu menos de dez dias após um alerta oficial enviado ao governo brasileiro. Em 11 de novembro, Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC — entidade responsável pela Blue Zone — enviou uma carta à Casa Civil, ao presidente da COP30 e ao governador do Pará, alertando sobre falhas estruturais, risco elétrico, infiltrações e problemas de refrigeração e segurança.

O documento descrevia que a água já estava entrando pelo teto e pelas luminárias, causando transtornos e expondo a estrutura à eletricidade. Stiell enfatizou que, por causa da frequência das chuvas em Belém, seriam necessários “reparos urgentes e medidas de impermeabilização” para garantir a segurança dos participantes e a operação dos pavilhões. Até o momento, a Casa Civil não comentou publicamente os problemas elétricos mencionados.

Carta apontava falhas antes do incêndio

O uso da expressão “potenciais riscos de segurança devido à exposição à eletricidade” agora ganha outro peso diante do ocorrido.

Trecho da correspondência citava:

“A água entrou pelo teto e pelas luminárias, causando não apenas transtornos, mas também potenciais riscos de segurança devido à exposição à eletricidade. […] Dada a frequência das chuvas em Belém, reparos urgentes e medidas de impermeabilização são necessárias para evitar maiores danos e garantir que todas as áreas afetadas permaneçam seguras e operacionais”.

Incêndio atinge área citada pela UNFCCC

O fogo começou por volta das 14h20, na região dos Pavilhões dos Países, área da Blue Zone citada na carta por já apresentar problemas estruturais. Informações preliminares indicam um possível curto-circuito, que levou ao desligamento do sistema elétrico do local e à evacuação imediata.

A estrutura rapidamente foi tomada por fumaça, e houve correria entre os participantes. Imagens que circularam nas redes sociais mostram chamas na parte de trás do pavilhão da Comunidade da África Oriental, onde ocorria um painel no momento do incidente.

Atendimentos e reabertura parcial

Segundo o Ciocs (Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde), 21 pessoas precisaram de atendimento — 19 por inalação de fumaça e duas por crises de ansiedade. Do total, 12 receberam alta ainda nesta quinta-feira, e o restante segue em observação em unidades de saúde de Belém e em um centro de referência criado para o evento.

Durante a noite, a Polícia Federal realizou uma vistoria para liberar o acesso a objetos pessoais deixados por participantes que precisavam embarcar em voos internacionais. Muitos deles não conseguiram retirar malas e documentos a tempo.

A Zona Azul foi oficialmente reaberta às 20h40, após emissão do alvará de funcionamento e do atestado de segurança pelo Corpo de Bombeiros. Contudo, a área diretamente atingida pelo fogo permanecerá isolada até o fim da conferência. A Green Zone não foi afetada.

Destaques ISN

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