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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (18/11), a Operação Compliance Zero, que mira um esquema milionário de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo instituições financeiras ligadas ao Sistema Financeiro Nacional. Um dos principais alvos é o Banco de Brasília (BRB), onde equipes da PF realizam buscas e apreensões desde cedo.

Tentativa de fuga ou viagem de negócios?

A prisão aconteceu durante o embarque para Dubai, em um jato particular, o que levantou suspeitas de tentativa de fuga. Fontes ligadas à investigação apontam que a Polícia Federal recebeu a informação da viagem com antecedência e decidiu agir antes da decolagem, já que a ordem de prisão havia sido decretada pela Justiça. No entanto, interlocutores próximos a Vorcaro afirmam que ele não tentava fugir — e que a viagem estaria ligada a uma possível negociação de aporte milionário com o fundo Mubadala, que teria interesse em investir no Banco Master nos próximos dias. A defesa ainda não comentou o mérito das acusações, mas deve se manifestar oficialmente após o depoimento do empresário.

Colocou o sistema em risco

A investigação aponta que o grupo criava documentos fraudulentos, como títulos de crédito e garantias bancárias, para movimentar recursos e obter vantagens ilegais. Esses documentos teriam sido apresentados a instituições financeiras como se fossem válidos, o que configuraria fraude contra o sistema bancário nacional, além de possível lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, o esquema contava com intermediários financeiros, empresários e agentes públicos, e colocava em risco a integridade do Sistema Financeiro Nacional. A operação busca quebrar toda a estrutura de confiança e auditoria que deveria impedir esse tipo de fraude — daí o nome “Compliance Zero”.

Pontos-chave da operação

  • Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no DF e em outros estados;
  • O BRB é alvo de buscas e seu presidente foi afastado do cargo pela Justiça;
  • A PF apura se houve facilitação interna para a circulação dos títulos falsos;
  • As investigações apontam para movimentações financeiras expressivas;
  • O controlador do Banco Master, Daniel Bueno Vorcaro, foi preso no Aeroporto de Guarulhos (SP).

Prisão do dono do Banco Master

Daniel Bueno Vorcaro, controlador do Banco Master, foi preso pela PF em São Paulo e é tratado como peça central do esquema. A suspeita é que ele tenha participado diretamente da criação e negociação de carteiras de crédito fictícias, usadas para simular negócios que nunca existiram. Segundo os investigadores, essas carteiras serviam como “lastro artificial” para operações financeiras em outras instituições — entre elas, o BRB.

Com a prisão, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, sinalizando que a instituição pode ter perdido condições de operação devido às irregularidades encontradas.

Quem é o empresário preso

Vorcaro ganhou espaço no mercado financeiro nos últimos anos com uma postura considerada agressiva e expansiva. Possui participação em bancos, fundos e empresas ligadas ao sistema financeiro privado. Até então, era visto como um nome ascendente no setor — o que torna a prisão ainda mais impactante.

A PF agora busca identificar se o crescimento do banco foi impulsionado por estratégias ilegais de crédito, baseadas em documentação falsificada e repassada como legítima.

O auge e o colapso do Banco Master

Nos últimos anos, o Banco Master chamou atenção pelo rápido crescimento:

  • ampliação das operações de crédito;
  • parcerias empresariais estratégicas;
  • aquisições de carteiras que elevaram o volume de ativos.

Esse desempenho agora está sob análise, já que parte das operações pode ter sido sustentada em dados fictícios — o que abre espaço para responsabilizações criminais e civis.

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