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Na manhã desta quinta (13), o ex‑presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi preso preventivamente pela Polícia Federal durante a deflagração da Operação Sem Desconto. A operação apura um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões que afetou milhares de beneficiários do INSS entre 2019 e 2024. Segundo as investigações, entidades associativas estavam cobrando valores não autorizados dos aposentados, ocasionando um prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões.

De acordo com a Polícia Federal, Stefanutto, que esteve à frente do INSS entre 2023 e 2025, pode ter tido responsabilidade ou negligenciado o controle sobre o processo, permitindo que os descontos indevidos continuassem durante sua gestão. Além dele, a operação também resultou na prisão de outras 9 pessoas, entre elas ex‑funcionários do INSS e membros de entidades associativas.

Aqui está uma lista parcial das pessoas cuja prisão foi divulgada nesta fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF) no Brasil, para você usar. Verifique sempre os fatos junto às fontes oficiais antes da publicação:

  • Alessandro Stefanutto – ex‑presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
  • Antônio Carlos Antunes Camilo (“Careca do INSS”)
  • Vinícius Ramos da Cruz – presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT)
  • Tiago Abraão Ferreira Lopes – diretor da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer)
  • Cícero Marcelino de Souza Santos – empresário ligado à Conafer
  • Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior – integrante da Conafer
  • André Paulo Félix Fidelis – ex‑diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS
  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho – ex‑procurador‑geral do INSS
  • Thaisa Hoffmann Jonasson – empresária, esposa de Virgílio

Entidades de fachada

O esquema foi inicialmente descoberto após uma série de denúncias anônimas e investigações em 2024, quando aposentados começaram a perceber descontos indevidos em seus benefícios. A Polícia Federal identificou que várias entidades de fachada, com a conivência de servidores públicos, estariam utilizando o INSS como plataforma para aplicar os descontos de forma sistemática e sem a devida autorização dos beneficiários.

Em resposta às investigações, o INSS iniciou um processo de revisão de todos os pagamentos afetados, devolvendo bilhões aos beneficiários. No entanto, a descoberta de novos envolvidos e a ampliação do esquema levou à deflagração da Operação Sem Desconto, que resultou na prisão de Stefanutto.

O impacto do esquema e as possíveis consequências

O prejuízo causado pelo esquema é alarmante, com mais de 3,7 milhões de aposentados e pensionistas afetados pelos descontos. O valor total que foi retirado indevidamente das contas dos beneficiários chega a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A situação gerou grande indignação entre os aposentados, que agora buscam uma compensação e a garantia de que os responsáveis serão punidos.

O caso também coloca em xeque a gestão de Stefanutto à frente do INSS, já que ele foi responsável por autorizar e supervisionar processos que envolveram essas entidades, além de ser acusado de não ter agido com a devida diligência para impedir a fraude. A Polícia Federal continua investigando a extensão do esquema e outros possíveis envolvidos no caso, incluindo políticos que podem ter intermediado ou se beneficiado das operações fraudulentas.

Foi exonerado em abril

Alessandro Antônio Stefanutto é formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e possui pós‑graduação em Gestão de Projetos e especialização em Mediação e Arbitragem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele também é mestre em Gestão e Sistemas de Seguridade Social pela Universidad de Alcalá (Espanha).

Antes de assumir a presidência do INSS, Stefanutto teve uma carreira como procurador federal e trabalhou no Tribunal de Justiça de São Paulo, na Receita Federal, e em outros órgãos da administração pública. Sua nomeação para o cargo de presidente do INSS aconteceu em julho de 2023, e ele permaneceu no cargo até abril de 2025, quando foi exonerado após o escândalo ser revelado.

Sua gestão foi marcada por tentativas de modernização e de aperfeiçoamento do sistema previdenciário, mas agora enfrenta a sombra de investigações criminais relacionadas ao esquema de descontos ilegais.

Sua fala na CPMI

Em outubro de 2025, Alessandro Stefanutto foi convocado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no sistema de aposentadorias e pensões do INSS. Durante seu depoimento, Stefanutto admitiu falhas na supervisão do sistema de descontos, mas negou envolvimento direto nas irregularidades. Ele afirmou que, ao assumir a presidência do INSS, encontrou um sistema já fragilizado, com brechas que permitiram a atuação de entidades fraudulentas.

O depoimento gerou grande repercussão política, com parlamentares criticando a falta de ações mais assertivas durante sua gestão para conter os esquemas de fraude. A comissão, contudo, continuou as investigações e concluiu que a responsabilidade de Stefanutto por não ter tomado medidas efetivas para corrigir os problemas estava sendo profundamente analisada, especialmente após a revelação dos prejuízos bilionários.

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