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Na manhã desta quarta-feira (12), sete dos principais líderes do Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais poderosas do Rio de Janeiro, foram transferidos de presídios estaduais para unidades de segurança máxima do sistema prisional federal. A ação, que ocorre após a megaoperação deflagrada em outubro, faz parte de uma estratégia do governo estadual para desarticular a organização criminosa e enfraquecer suas operações dentro e fora dos presídios.

A operação, conhecida como Operação Contenção, foi realizada nos Complexos do Alemão e da Penha e resultou em mais de cem mortes, a maior parte delas de supostos membros da facção, o que gerou um debate acirrado sobre o uso da força pelas autoridades.

Agora, o governo do Rio de Janeiro, com a colaboração do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, tomou a medida de transferir para presídios federais sete dos mais poderosos membros do CV. A medida visa interromper a comunicação entre os líderes e os membros da facção que atuam nas ruas, além de garantir a segurança dos próprios presos, isolando-os do resto da organização.

Os sete transferidos:

  1. Roberto de Souza Brito, conhecido como “Irmão Metralha”, é um dos líderes mais temidos do Complexo do Alemão. Ele foi condenado a 50 anos e 2 meses por tráfico de drogas e outros crimes ligados à facção.

  2. Arnaldo da Silva Dias, apelidado de “Naldinho”, tem atuação de destaque na região de Resende e foi responsável por coordenar a chamada “caixinha” da facção. Ele tem uma pena de 81 anos, 4 meses e 20 dias.

  3. Alexander de Jesus Carlos, o “Choque” ou “Coroa”, que liderava operações no Complexo do Alemão e foi condenado a 34 anos e 6 meses de prisão.

  4. Marco Antônio Pereira Firmino, apelidado “My Thor”, responsável pelo tráfico no Morro Santo Amaro, tem uma sentença de 35 anos, 5 meses e 26 dias.

  5. Fabrício de Melo de Jesus, conhecido como “Bichinho”, foi um dos líderes em Volta Redonda e condenado a 65 anos, 8 meses e 26 dias.

  6. Carlos Vinícius Lírio da Silva, o “Cabeça do Sabão”, liderava a comunidade do Sabão em Niterói. Ele possui uma pena de 60 anos, 4 meses e 4 dias.

  7. Eliezer Miranda Joaquim, conhecido como “Criam”, tem um grande poder na Baixada Fluminense e foi condenado a 100 anos, 10 meses e 15 dias.

Esses sete criminosos foram transferidos para presídios federais de segurança máxima, onde permanecerão isolados, em regime de confinamento total, com monitoramento constante. O governo federal assumiu a responsabilidade pela custódia desses detentos, garantindo que sua presença nas unidades estaduais não provocasse mais conflitos dentro do sistema penitenciário, além de dificultar qualquer tentativa de resgates ou comunicação com membros da facção.

A transferência de líderes do tráfico para unidades federais de segurança máxima já é uma prática consolidada como forma de quebrar a hierarquia do crime organizado, uma vez que o sistema federal oferece um maior controle sobre a movimentação dos detentos. O isolamento é uma tentativa de enfraquecer a facção, sem permitir que seus membros em liberdade continuem a receber ordens diretas de dentro da prisão.

O que muda para o comando da facção

A transferência de sete líderes do Comando Vermelho para unidades federais é um duro golpe para a facção, mas não significa sua completa desestruturação. Comandantes de facções criminosas no Brasil têm demonstrado capacidade de se reestruturar rapidamente, mesmo dentro do sistema prisional. Embora a mudança de presídios possa dificultar a comunicação direta entre os líderes e suas operações no Rio, há sempre a possibilidade de que outros membros da facção assumam as funções de liderança.

A ação das autoridades segue com o objetivo de evitar que o Comando Vermelho reconquiste seu espaço nas ruas e recupere seu poder nas áreas de tráfico de drogas e extorsão.

Desafios futuros

O futuro da facção e a eficácia dessa operação ainda são incertos. A estratégia do governo do Rio de Janeiro de transferir os líderes do tráfico para unidades federais de segurança máxima pode ser eficaz no curto prazo, mas especialistas em segurança pública alertam que é essencial que o sistema de segurança como um todo se reestruture para evitar que outros grupos criminosos se aproveitem do vácuo deixado pelo Comando Vermelho.

Com a crise de segurança pública no Rio, o governo estadual também deve investir mais em ações de longo prazo para combater o tráfico e outras facções criminosas que disputam o controle de territórios na cidade e em outras regiões fluminenses.

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