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Na tarde de sexta-feira, 7 de novembro de 2025, por volta das 17h30–19h, uma severa tempestade evoluiu para uma supercélula que gerou um tornado sobre Rio Bonito do Iguaçu. O Simepar confirmou o fenômeno como tornado com classificação preliminar F2 (ventos entre 180 km/h e 250 km/h) e indica que, em alguns trechos, os ventos podem ter ultrapassado os 250 km/h, o que poderia elevar a classificação para F3.
Os relatos no local descrevem casas de alvenaria arrancadas, veículos tombados, postes e torres de energia caídos, e destelhamentos em massa.

Perfil da cidade atingida

Rio Bonito do Iguaçu é um município situado no Centro-Sul do Estado do Paraná, com área de cerca de 681,4 km² e população estimada em 14.297 pessoas em 2025.
A densidade demográfica é baixa: aproximadamente 20 habitantes por km².
A cidade está inserida em uma região de relevo elevado (terceiro planalto paranaense) e clima mesotérmico superúmido.
Economicamente, trata-se de um município de porte pequeno, com economia voltada à agricultura, pecuária e áreas rurais, sem grandes indústrias — o que torna seu tecido urbano menos preparado para eventos extremos em grande escala.

Quanto foi destruído

Levantamentos preliminares apontam que cerca de 80 % dos imóveis da cidade sofreram algum grau de dano — desde destelhamentos até colapso parcial ou total.
Houve relatos de queda generalizada da rede elétrica, telefonia e internet — a comunicação ficou comprometida, o que dificultou o mapeamento dos danos e das vítimas imediatamente após o evento.

Feridos, mortos e atendimento emergencial

Até as primeiras horas de sábado (8/11), as autoridades confirmaram 5 mortos (4 em Rio Bonito do Iguaçu, 1 em Guarapuava).
Em torno de 130 feridos foram contabilizados nessa atualização (com cerca de 30 em estado grave e cerca de 100 com ferimentos leves ou moderados).
Um hospital de campanha foi montado para atender emergências; os principais hospitais da região relatam estar operando em capacidade máxima.

Falas das autoridades

  • O governador do Paraná, Ratinho Júnior, afirmou: “Vamos atender de maneira emergencial todos que precisarem de ajuda. E a partir deste sábado já vamos fazer o levantamento necessário para ajudar a cidade e toda a região na reconstrução.”

  • O prefeito de Rio Bonito do Iguaçu, Sezar Augusto Bovino, declarou: “Há muitos feridos e os hospitais estão superlotados … montamos um hospital de campanha para atender as vítimas.”

  • A Defesa Civil do Paraná confirma que o trabalho prioritário no momento é “localização e salvamento de vítimas, triagem e atendimento hospitalar”, segundo o coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto.

Regiões vizinhas afetadas e emergência maior

Embora o núcleo mais severo tenha sido em Rio Bonito do Iguaçu, municípios vizinhos — como Laranjeiras do Sul, Cantagalo, Porto Barreiro e Candói — também sofreram estragos em decorrência da mesma frente fria e sistema de tempestades.
O deslocamento do tornado entre cidades não foi oficialmente mensurado em termos de tempo ou distância com precisão; o foco inicial está em Rio Bonito.

Energia, comunicações e infraestrutura

Relatos indicam que milhares de residências ficaram sem energia elétrica, telefonia e internet, em muitos casos por horas ou até pela madrugada — o que agravou a situação de atendimento de emergência e comunicação com resgate. O hospital regional em Guarapuava solicitou que a população evitasse procurar atendimento a não ser em casos graves, para dar prioridade aos casos críticos.
A rede de telecomunicações também sofreu — houve “dificuldade para se comunicar com o prefeito de Rio Bonito do Iguaçu, devido à falta de energia e conectividade”.

Campanhas de ajuda à população

Organizações locais, prefeituras vizinhas e entidades regionais mobilizaram pontos de arrecadação de donativos (alimentos, água, colchões, cobertores, itens de higiene). A Prefeitura de Rio Bonito do Iguaçu anunciou que vai divulgar em breve uma chave PIX oficial para doações, mas até o momento desta apuração a chave ainda não consta em divulgação pública validada.
As autoridades orientam que as doações sejam encaminhadas aos pontos oficiais definidos pelas prefeituras, a fim de evitar logística paralela e garantir a entrega controlada.

Sistema segue em direção ao litoral paulista

Segundo boletins atualizados do Simepar e da Defesa Civil, a frente fria que originou o tornado continua ativa e se desloca neste sábado (8/11) em direção ao litoral paulista.
O fenômeno agora atua como parte de um ciclone extratropical, capaz de provocar rajadas de vento entre 80 e 100 km/h, chuvas intensas e mar agitado na faixa litorânea do Estado de São Paulo, especialmente nas regiões da Baixada Santista, Vale do Ribeira e Litoral Norte.
O tornado em si não se desloca, pois esse tipo de formação se dissipa rapidamente, mas a instabilidade atmosférica que o gerou — a chamada supercélula associada à frente fria — mantém o risco de novas formações severas, inclusive tempestades com granizo, raios e ventania.
A Defesa Civil de São Paulo recomenda que a população evite áreas abertas, mantenha distância de árvores e estruturas metálicas, e redobre os cuidados com embarcações e regiões costeiras até que o sistema perca força sobre o oceano nas próximas 24 horas.

Destaques ISN

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