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Mesmo com todos os compromissos climáticos atualmente em vigor, o mundo ainda segue rumo a um aumento de temperatura...
Créditos: Imagem Ilustrativa/Shutterstock
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Mesmo com todos os compromissos climáticos atualmente em vigor, o mundo ainda segue rumo a um aumento de temperatura entre 2,3°C e 2,5°C até o fim do século. O alerta foi feito nesta terça-feira (4) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que vê a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C cada vez mais distante.

Estabelecida em 2015 pelo Acordo de Paris, a meta de 1,5°C visa evitar impactos climáticos extremos, como secas severas, elevação do nível do mar e colapso de geleiras. No entanto, segundo o relatório, o mundo pode já ter ultrapassado esse ponto crítico.

Até o fim de setembro de 2025, apenas 60 países — responsáveis por 63% das emissões globais — atualizaram suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), metas climáticas nacionais exigidas neste ciclo pelo Acordo de Paris. A ONU classificou o resultado como “muito aquém do necessário”.

Mesmo as promessas mais recentes não foram suficientes para alterar significativamente as projeções de aquecimento. A estimativa global caiu apenas de 2,6–2,8°C (em 2024) para 2,3–2,5°C, uma diferença de poucos décimos de grau, atribuída, em parte, a mudanças metodológicas e não a ações concretas.

O relatório aponta ainda que a anunciada saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris em janeiro de 2026 poderá anular cerca de 0,1°C desse modesto avanço.

“Lacuna de emissões” permanece aberta

O documento destaca a persistência da chamada “lacuna de emissões” — diferença entre o que os países prometeram reduzir e o que é necessário para limitar o aquecimento a 1,5°C. Segundo o Pnuma, essa lacuna pouco mudou desde 2015, ano da assinatura do Acordo de Paris.

“Embora os planos climáticos nacionais tenham alcançado algum progresso, ele está longe de ser rápido o suficiente”, afirmou Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. “Ainda precisamos de reduções de emissões sem precedentes em um prazo cada vez mais curto.”

Recorde de emissões globais em 2024

O relatório também confirma que o planeta registrou um novo recorde de emissões em 2024: 57,7 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa (em CO₂ equivalente), um aumento de 2,3% em relação a 2023 — mais de quatro vezes a média da década anterior.

O crescimento foi impulsionado por todos os setores econômicos e principais gases, com destaque para o desmatamento e as mudanças no uso da terra, responsáveis por mais da metade do aumento nas emissões. As emissões de CO₂ provenientes de combustíveis fósseis também subiram 1,1%, refletindo a alta na demanda energética e a lentidão na transição para fontes limpas.

O G20 continua sendo o principal responsável pela crise: o grupo responde por 77% das emissões globais e registrou crescimento de 0,7% no último ano.

Destaques ISN

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