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O Brasil segue com o segundo maior juro real do mundo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir, nesta quarta-feira (5), manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão marca a terceira reunião consecutiva sem alterações na taxa, que segue no maior patamar desde julho de 2006.
Com a Selic inalterada e a inflação projetada para os próximos 12 meses, o juro real brasileiro foi calculado em 9,74%, segundo levantamento da MoneYou em parceria com a Lev Intelligence. O país fica atrás apenas da Turquia, que lidera o ranking global com taxa real de 17,80%. A Rússia aparece em terceiro, com 9,10%.
O levantamento considera os 40 países mais relevantes do mercado de renda fixa nas últimas duas décadas. A Argentina, que ocupava a sexta posição em setembro, subiu para a quarta colocação com um juro real de 5,16%.
O relatório da MoneYou aponta que o Brasil ainda enfrenta incertezas inflacionárias ligadas aos gastos do governo e aos impactos da guerra tarifária iniciada por Donald Trump, o que influencia a decisão de manter os juros em níveis elevados.
Desde julho, o Banco Central tem sinalizado que os 15% da Selic representam o nível terminal do atual ciclo, considerado “suficientemente restritivo” para conter a inflação. A ata da última reunião indicou que a taxa deverá ser mantida por um período “bastante prolongado”. A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus, é de que o ciclo de cortes nos juros só comece em 2026.
