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A União Europeia aprovou na madrugada desta quarta-feira (5) uma nova meta climática: reduzir em 90% as emissões de gases...
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A União Europeia aprovou na madrugada desta quarta-feira (5) uma nova meta climática: reduzir em 90% as emissões de gases do efeito estufa até 2040, em relação aos níveis registrados em 1990. A decisão ocorre às vésperas da COP30, que começa nesta quinta-feira (6) em Belém (PA), e no mesmo dia de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A meta visa manter o bloco no caminho da neutralidade de carbono até 2050. No entanto, o acordo final sofreu modificações significativas por conta de pressões políticas internas. Entre as concessões mais críticas, está a permissão para que até 5% da meta seja cumprida por meio da compra de créditos de carbono internacionais. Isso reduz o esforço real de corte dentro do território europeu para cerca de 85%.

O pacto também deixou aberta a possibilidade de outra fatia de 5% ser compensada futuramente por meio de créditos externos, o que poderia diminuir o corte real para 80%. Além disso, o lançamento do novo mercado europeu de carbono, previsto inicialmente para 2027, foi adiado para 2028, após pressões de países preocupados com os custos para suas indústrias.

“Definir uma meta climática não é apenas escolher um número, é uma decisão política com consequências profundas. Precisamos garantir que ela seja alcançável sem destruir a economia”, declarou o ministro dinamarquês Lars Aagaard.

A decisão foi aprovada mesmo diante da oposição de países como Polônia, Hungria e Eslováquia, que consideram o plano oneroso para suas economias. Apesar das críticas, a aprovação do acordo permite que a UE chegue à COP30 com uma posição climática unificada, o que fortalece sua presença diplomática nas negociações globais sobre o clima.

Entretanto, cientistas e assessores independentes da União Europeia alertam que o uso excessivo de créditos de carbono externos pode enfraquecer a liderança histórica do bloco na agenda ambiental, além de desviar investimentos cruciais para a transição energética dentro da Europa.

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