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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça‑feira, 4 de novembro, uma série de medidas destinadas a preparar o país para uma eventual “luta armada” caso os Estados Unidos atentem contra o território venezuelano. O pronunciamento foi feito durante a sessão plenária extraordinária do 5º Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), em Caracas.
Maduro afirmou que “vamos passar da luta não armada à luta armada nacional e continental, se for o caso, se a Venezuela for atacada pelo império norte‑americano”, e declarou que um “conjunto de ideias” sobre a transição foi sistematizado e aprovado. Segundo o presidente, o PSUV deve “proceder à sua aplicação imediata com ordem de operações por cada rua e por cada comunidade”.
No discurso, o mandatário justificou as medidas como resposta a uma alegada escalada de ações externas e denunciou o que classificou como “interferência na soberania” venezuelana. O anúncio ocorre num contexto de crescente tensão entre Caracas e Washington, em meio a operações militares americanas no Caribe e no Pacífico que, segundo autoridades dos EUA, miram embarcações ligadas ao narcotráfico.
Maduro também reagiu à autorização, atribuída por relatos a Washington, para que agências americanas realizem ações contra o governo venezuelano. Ele qualificou tais iniciativas como uma ameaça que exigiria “defender a integridade territorial, a dignidade e o direito à paz e ao futuro da Venezuela”.
Medidas de mobilização e defesa
O governo informou ter intensificado exercícios militares na capital, Caracas, e ativado zonas de defesa integral nos estados de Mérida, Trujillo, Lara e Yaracuy. As ações incluem o posicionamento de milícias e unidades voltadas à segurança nacional, com o objetivo, segundo a nota oficial, de proteger a soberania e a estabilidade regional.
Maduro determinou que ministérios, serviços de inteligência e agências civis coletem informações adicionais, analisem cenários e apresentem propostas operacionais para a eventual implementação das diretrizes aprovadas pelo PSUV. O governo afirma que as medidas têm caráter preventivo e defensivo.
Tensão diplomática e narrativa oficial
O Executivo venezuelano acusa os Estados Unidos de arquitetar um cenário de “bandeira falsa” para justificar uma agressão externa. O tom das declarações de Maduro representa uma mudança em relação a discursos anteriores, em que o presidente vinha pedindo por paz nas últimas semanas.
Autoridades do governo e observadores internacionais acompanham a escalada verbal e as movimentações militares, enquanto analistas apontam o aumento do risco de incidentes em meio à presença militar norte‑americana na região e às crescentes acusações mútuas entre os dois países.
