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O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito nesta terça-feira (4) presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado Federal. A escolha do parlamentar, conhecido por sua trajetória ligada à segurança pública e aos direitos humanos, marca o início de uma investigação que pretende mapear o poder e as ramificações das facções criminosas no país.

Um delegado no comando

Formado em Direito e ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, Contarato construiu sua carreira na linha de frente do combate à criminalidade. Foi chefe da Delegacia de Delitos de Trânsito, dirigiu o Detran-ES e chegou a ser Corregedor-Geral do Estado antes de entrar para a política.
Eleito senador em 2018, tornou-se o primeiro parlamentar abertamente gay do Senado brasileiro e desde então se destacou pela defesa da transparência, ética e cidadania.

A experiência prática na segurança pública o diferencia de outros quadros da esquerda — e agora, no comando da CPI, ele promete unir técnica, independência e compromisso com a verdade.

“Não há política de segurança pública bem-sucedida quando o Estado falha na prevenção, e tampouco há vitória quando há morte. Precisamos combater o crime organizado com inteligência, integração e investimento — não com espetáculo”, afirmou Contarato após ser eleito.

Um senador de esquerda com visão de linha dura

Apesar de integrar o PT e defender causas progressistas, Fabiano Contarato tem um perfil de independência nas votações sobre segurança e justiça criminal.
O senador já votou contra a ampliação das saídas temporárias de presos (“saidinhas”) e foi favorável a projetos que aumentam a punição para crimes graves cometidos por menores de idade, argumentando que “a impunidade não pode ser o motor da criminalidade”.

Essas posições o distanciam da chamada “ala garantista” da esquerda e reforçam seu caráter técnico, mais próximo da realidade das ruas e dos desafios enfrentados pelas polícias.
Em diversas ocasiões, ele ressaltou que o combate ao crime exige firmeza e inteligência, e não “retórica ideológica ou guerra de narrativas”.

“Eu sei o que é estar do outro lado, ver um agente morrer em serviço ou uma família destruída por causa do tráfico. Defender direitos humanos não é ser leniente com o crime — é exigir que o Estado funcione.”
— Fabiano Contarato, em sessão no Senado.

A missão da CPI

Instalada oficialmente nesta semana, a CPI do Crime Organizado tem como objetivo investigar a atuação de facções, milícias e redes de lavagem de dinheiro que vêm se expandindo em todo o território nacional.
A comissão deve solicitar informações a órgãos como o Ministério da Justiça, Polícia Federal e COAF, além de convocar autoridades para depor e propor mudanças na legislação penal.

Contarato afirmou que pretende conduzir os trabalhos com “rigor, transparência e respeito à lei”, buscando fortalecer as instituições de segurança pública e expor os vínculos entre o crime e o poder econômico.

Vice-presidência de Mourão

A composição da CPI também chamou atenção pela diversidade política. O vice-presidente eleito é o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, e a relatoria ficou com Alessandro Vieira (MDB-SE).
A presença de nomes de diferentes espectros partidários indica que a CPI poderá ter uma condução mais técnica e menos ideológica, refletindo a postura que o novo presidente promete adotar.

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