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Será instalada nesta terça-feira (4), às 11h, no Senado Federal, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. A criação da CPI ganhou força após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e reacendeu o debate sobre a atuação de milícias e facções criminosas no país.
O colegiado terá 11 titulares e sete suplentes, com prazo inicial de 120 dias, prorrogável por igual período. A comissão vai investigar a estrutura, o funcionamento e as rotas de financiamento de organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), além de milícias atuantes nos estados.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), o mais velho entre os indicados, conduzirá a sessão de instalação. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que originou a CPI, é cotado para a relatoria. A definição sobre a presidência do colegiado ainda está em negociação entre os parlamentares em Brasília.
Entre os membros confirmados estão nomes da oposição, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sergio Moro (União-PR), e da base governista, como Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, e Rogério Carvalho (PT-SE), líder do PT.
No Planalto, a CPI tem gerado preocupação. A avaliação é de que o colegiado pode causar mais desgaste político ao governo Lula do que a própria CPMI sobre os descontos indevidos em benefícios do INSS. A presença de parlamentares oposicionistas aguerridos, como Flávio Bolsonaro e Moro, também contribui para o clima de tensão.
Alessandro Vieira afirmou que a expectativa é produzir um diagnóstico completo sobre o funcionamento das facções no Brasil, apontando suas fontes de financiamento e rotas logísticas, além de avaliar a eficácia das políticas estaduais de combate ao crime.
