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O partido A Liberdade Avança, do presidente argentino Javier Milei, obteve uma expressiva vitória nas eleições legislativas realizadas neste domingo (26), conquistando 40,8% dos votos para a Câmara dos Deputados e ampliando significativamente sua base no Congresso.
A legenda garantiu 64 das 127 cadeiras em disputa na Câmara, além de 13 dos 24 assentos em disputa no Senado. Já a coalizão opositora Fuerza Patria, de orientação peronista, obteve 24,5% dos votos e conquistou 31 cadeiras na Câmara e 6 no Senado. Com aliados, a oposição peronista soma 44 deputados e 7 senadores eleitos.
A eleição, considerada de meio de mandato, renovou metade da Câmara (127 das 257 cadeiras) e um terço do Senado (24 das 72 cadeiras). O resultado é visto como fundamental para o avanço da agenda de reformas econômicas e medidas de austeridade propostas por Milei, que precisava ampliar sua representatividade parlamentar para garantir governabilidade. Até então, o partido contava com apenas 37 deputados e 6 senadores.
“Foi um dia histórico para a Argentina. O povo argentino resolveu deixar para trás 100 anos de decadência e persistir no caminho da liberdade, do progresso e do crescimento. Hoje começa a construção da Argentina grande”, afirmou Milei em discurso em Buenos Aires.
Durante a fala, o presidente também celebrou o fim do que chamou de populismo no país. “Os argentinos deram um ‘basta ao populismo’. Populismo nunca mais”, declarou, sob aplausos do público.
O comparecimento às urnas foi de 67,9%, segundo a autoridade eleitoral do país. A vitória de Milei surpreendeu até mesmo a imprensa argentina. O jornal La Nación classificou o resultado como “impactante” e destacou a “vitória esmagadora” do presidente em todo o território nacional, incluindo a província de Buenos Aires — a mais populosa do país — onde Milei havia sido derrotado nas eleições locais de setembro.
A conquista ocorre em meio a desafios enfrentados pelo governo nos últimos meses, como denúncias de corrupção envolvendo Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência. Áudios vazados indicam suposto esquema de propinas na Agência Nacional de Pessoas com Deficiência (Andis), mencionando também o assessor Eduardo “Lule” Menem.
